quarta-feira, agosto 31, 2005

The Max Bickford factor

Ou desculpas para me deitar tarde às terças-feiras. Dois episódios seguidinhos. No canal 2. O melhor dos dois: The pursuit of happiness. Sete Palmos de Terra de férias de Verão (ou pelo menos assim o espero) e a dois sempre a dar-me desculpas para não me sentar em frente ao portátil e terminar o que trouxe para fazer (wishful thinking) em casa. Pois. Reza assim: o senhor já teve problemas com drogas, alcóol e cigarros, deixou tudo porque tem muita força de vontade e agora dá aulas numa universidade pequena mas já rejeitou convites para Yale. E dorme com as mulheres dos amigos e depois diz que não se lembra porque estava na fase do blackout. Gostei especialmente de como se principiou discutindo o défice democrático que resulta do facto de certas famílias mais parecerem castas com direito por nascimento ao poder nos EUA. Liberty. Freedom. The pursuit of happiness. A última é poesia constitucionalmente consagrada. Andava tudo a pensar sobre isso na aula do tal Max. Thomas Jefferson dormia com as escravas. Trabalho de casa dado pelo Prof. Max : (nunca me deram trabalhos tão giros na faculdade) tentar perceber o que nos faz felizes e depois escrever sobre o que será isso da busca da felicidade (tradução livre e provavelmente infeliz de pursuit of happiness). Uma das alunas, nas séries os alunos fazem sempre os TPCs, cita John Stuart Mill. Max é convidado para Harvard e recusa. Discute-se se a pessoa do artista é fundamental para a compreensão da sua obra e se, maxime, a ideologia e façon de vivre do artista podem ser chamadas à colação na compreensão da obra, ou se esta lhe sobrevive e se torna maior que ele, independentemente das suas falhas. Lennie Riefenstahl era uma nazi. Picasso era um misógino. Já sabia. Basta olhar para as mulheres nos quadros dele. Gosto bem mais do Klimt e do Schiele mas, lá está, há quem diga que o Schiele era um pederasta. Ver aquele filme com o Anthony Hopkins também ajuda a perceber que o Picasso era um bocado cretino. Nesse filme, Picasso era um porco machista misógino e Matisse era um querido. Todas queriam posar para o Matisse, ao Picasso diziam que não queriam que ele lhes pusesse o nariz nas orelhas e as pernas no pescoço. Na série, andar com o último cigarro no maço resistindo à tentação de fumar ajuda a deixar o vício. (Pois, é como os alunos que fazem sempre o TPC.) Eu já tentei. Comigo não resulta. Último cigarro quer dizer que já está na altura de comprar outro maço.

Something was lost in translation

Quando o discurso de Manuel Alegre terminou um jornalista da SIC afirmava peremptoriamente que Manuel Alegre não se candidataria.
Pensei que me tinha escapado alguma coisa.
Alguns minutos mais tarde ouvi, en passant, Miguel Sousa Tavares dizer que não foi sim nem sopas. E não foi mesmo.
Talvez não fosse pior que Manuel Alegre enviasse, para quem de direito, as agências noticiosas, uma tradução do seu discurso, explicando que, para além do claro intento de zurzir no Mário Soares, o esperado discurso não visava esclarecer se se iria candidatar ou não, mas somente sublinhar que não concordava com a candidatura do homem do aparelho e não tinha medo de o dizer.

terça-feira, agosto 30, 2005

"The rape of Democracy"

Robert Mugabe – vulgo Mugs - presidente do Zimbabué (Safa, e não é que é mesmo assim que se escreve em português!) decidiu dar mais um ar da sua graça.
O Mugs, fartinho da maçada que eram a democracia, liberdade ou até mesmo legalidade, resolveu acabar de vez com as questões de expropriação de terras de anteriores proprietários caucasianos. Parece que agora, tanto as terras como os passaportes podem ser retirados aos seus titulares sem que lhes seja permitido recorrer da decisão subjacente para os tribunais nacionais.

De facto o Mugs tem razão, assim fica tudo resolvido.
Não havendo possibilidade de resposta nunca chega a ser verdadeiramente uma questão...

Excerto de poema convertido em post politicamente incorrecto (também os escrevo) sobre o prazer de fumar

"(...)Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.(...)"

Álvaro de Campos, Tabacaria

And your moment of zen is...(post de inspiração jon stewartiana) II

segunda-feira, agosto 29, 2005

Dá Deus nozes...

Caro Henrique,

Não tive (ainda) o prazer de o conhecer, mas desculpe dizer-lhe que a realidade descrita por si é - felizmente - comum a quase todos os restaurantes em Portugal. A regra em Portugal é a permissão dos vícios. O cenário não é, por isso, tão mau como o pinta.
Em qualquer restaurante português é hábito acabar um bom jantar e pedir o inevitável café, um balãozinho de Whisky e fazê-los acompanhar de um fidelíssimo cigarro.
Agora imagine fazê-lo em terras do Tio Sam… impossível.
A resposta seria qualquer coisa como:
Sorry sir, we don’t have espressos and I’ll need to see your ID for that Whisky. (brevíssimo esgar em direcção ao meu maço de tabaco) And you’re not allowed to smoke inside.”

Como não me imagino a acompanhar um whisky com um café manhoso (aka água suja) ou bebê-lo sem fumar um cigarro, estou a perder (aliás, estão-me a roubar) esse velho e agradável hábito.

Felizmente esta semana vou ao “Tavira” um simpático restaurante português onde servem bacalhau à Brás e carne de porco à Alentejana. Com um bocadinho de sorte até vou poder beber um bom café expresso e fumar o tão desejado cigarro.
A ver vamos, como diz o cego.

Bullseye (ou somethings never change)

Caríssima INF,
Realmente há coisas que nunca mudam; as minhas expressões politicamente incorrectas e a tua reacção às mesmas.
Enquanto escrevia o post tinha a certeza que esta seria a tua reacção.
Como podes imaginar não vou andar pelas ruas de DC a dizer nigger a torto e a direito, mas vou certamente dizer black man, talvez a tua pretíssima pessoa não saiba, mas têm significados diametralmente opostos.

Mais, odeio o politicamente correcto, aqueles que o são - ou pretendem ser - têm em regra muito mais problemas com a diferença e tendem a reforçá-la com o uso dessas expressões.
Quando alguém me chama caucasiano só me apetece dar-lhe um bom chuto no cu, com ou sem aspas.

Entre aspas

No texto infra, para seres absolutamente fiel ao que deve ter sido a conversa em "americano", e como decerto já te deverás ter apercebido vivendo aí (a não ser que a tua loiríssima pessoa queira andar pelas ruas dos states dizendo nigger a torto e a direito e arriscando uma sova) , em vez de "preta", deverias ter escrito afro-americana. E em vez de brazuca deverias ter escrito brasileiro. Afinal, já deves ter percebido que a ti, quando querem ser politicamente correctos, te chamam caucasiano. E neste blog, em que as palavras não se querem vazias, e para os mesmos efeitos,"preto" só se escreve entre aspas.

sábado, agosto 27, 2005

Ataque terrorista

Enquanto preparava um jantar lusitano (Carbonara) para tentar compensar o meu amigo Brasileiro da chatice que é aturar-me em casa dele até a minha estar disponível, vimos a nossa conversa ser interrompida por 12 carros de bombeiros a passar numa chinfrineira inacreditável. Tornou-se impossível trocar uma palavra que fosse.
O Brazuca lançou-me logo esta: (ler em brasileiro sff)
“Só pode ser um ataque terrorista, não aceito nada menos que isso!”
Quando descemos perguntámos no frontdesk e a Lisa (uma preta cuja simpatia é directamente proporcional ao volume) limitou-se a dizer:
“Oh, that!? That was only a small fire, sweetie. You don’t need to worry.”
(Ah, isso!? Isso foi apenas um pequeno incêndio, doçura. Não se preocupa não. Versão brasileira Herbert Richards)

Não percebi se são os serviços americanos que exageram ou os cidadãos americanos que relativizam…
Fui beber um copo preocupado; no dia em que acontecer alguma coisa verdadeiramente grave vai ser uma barulheira inacreditável.

sexta-feira, agosto 26, 2005

O lagarto ibérico

Sobre a quase inexistência de quadros médios em Portugal, sobre o absurdo preconceito de que se deve ser licenciado em qualquer coisa e a qualquer custo, e sobre os licenciados sem emprego que se dedicam à frequência compulsiva de cursos de pós-graduação de utilidade discutível e aplicação inexistente, disse-me, a propósito, alguém mais sábio e experiente do que eu:
"O meu sobrinho é, actualmente, o maior especialista no lagarto ibérico existente em Portugal. Está desempregado."
"Now beat that
And your mothers sayin “go to college”
So u finish college and its wonderful
U feel so good
And after all the partying and crazing
And don’t forget about that drug habit u picked up at school bein around your peers
Hey now you’ll get that 25 thousand job a year and
You’ll spend all your money on crack cocaine,
but it’ll be you’re money
No more borrowin money from mom for my high
So now you get ur degree tattooed on your back
your so excited about it
If u continue to work at the GAP,
after several interviews,
Oh my god!
You’ll come in at an entry level position and when u do that
If u kiss enough ass,
you’ll move up to the next level
Which is being a secretary’s secretary!
And boy is that great, you get to take messages for the secretary
Who never went to college
Shes is actually the bosses niece,
so now your apart of the family

You know what college does for you?
It makes you really smart man
All you kids want to talk in the back of the class not me,
I listened, okI was a hall monitor,
This was meant to be,
You know how many classes I took,
extra classes extra classes
No I’ve never had sex but you know what,
my degree keeps me satisfied
When a lady walks to me says
“hey u know whats sexy?”
I say “no, I don’t know what it is,
but I bet I can add up all the change in your purse very fast”.
You keep it going man,
you keep those books rolling,
You pick up those books your going to read
And not remember and you roll man.
You get that a sociate degree, okay,
Then you get your bachelors,
then you get your masters
Then you get your master's masters,
Then you get your doctron,
You go man, then when
everybody says quit
You show them those degree man, when
Everybody says hey, your not working,
Your not making in money,
You say look at my degrees and you look at my life
I'm 52, so what?
Kanye West, "School Spirit", autor de um dos melhores álbuns do ano, previsivelmente chamado: "The college dropout"

Mais de Agosto

Até ao fim do mês, Dr. Jekyll and Mr. Hide, no Teatro da Comuna.
Mais teatro e música, aqui.

Ainda sobre Agosto: o fogo.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Antes do teste de DNA, do CSI Miami e da PJ já havia o Eça...

"Contei-lhe ontem como inesperadamente havia encontrado à cabeceira da cama um cabelo louro. Prolongou-se a minha dolorosa surpresa. Aquele cabelo luminoso, languidamente enrolado, quase casto, era o indício de um assassinato, de uma cumplicidade pelo menos. Esqueci-me em longas conjecturas, olhando, imóvel, aquele cabelo perdido.
A pessoa a quem ele pertencia era loura, clara, decerto, pequena, mignonne, porque o fio de cabelo era delgadissímo, extraordinariamente puro, e a sua raiz branca parecia prender-se aos tegumentos cranianos, por uma ligação ténue, delicadamente organizada.
O carácter dessa pessoa devia ser doce, humilde, dedicado e amante, porque o cabelo não tinha ao contacto aquela aspereza cortante que oferecem os cabelos pertencentes a pessoas de temperamento violento, altivo e egoísta.
Devia ter gostos simples, elegantemente modestos a dona de tal cabelo, já pelo imperceptível perfume dele, já porque não tinha vestígios de ter sido frisado, ou caprichosamente enrolado, domado em penteados fantasiosos.
Terá talvez sido educada em Inglaterra ou na Alemanha, porque o cabelo denotava na sua extremidade ter sido espontado, hábito das mulheres do Norte,
completamente estranho às meridionais, que abandonam os seus cabelos à abundante espessura natural."
in O mistério da estrada de Sintra, Eça de Queirós

Estudo de mercado ou tentativa descarada de arranjar patrocinador para este blog


Discutia com um amigo, a determinada altura já dividido entre os sentimentos de pura exasperação e rotundo fracasso, a minha incapacidade em identificar os carros pelas marcas.
Para aquelas (e porventura aqueles) , que, como eu, dividem os carros entre brancos, azuis e amarelos, pequenos e grandes, descapotáveis e não descapotáveis, que acham que dizer no meio de uma conversa “este vai dos zero aos cem em cinco segundos” é totalmente vazio de sentido, que vêem no acto de mudar o óleo o mesmo grau de dificuldade que numa dissertação sobre fisica quântica (embora nunca tenham experimentado nem uma coisa nem outra), não chega falar dos tais cinco segundos em que se vai dos zero ao cem (whatever that means), das características do motor e de todas as outras coisas que parecem ser de "fundamental importância" quando se escolhe um carro.
A melhor forma de atingir o âmago da minha verve consumista e dar-lhe um golpe de misericórdia para que ela não mais diga “aquele carro azul é mesmo giro”, é fazer anúncios televisivos com homens de cortar a respiração.
Mark Van der Loo.
Pois.
Eu nunca digo aquele carro azul. Digo sempre o Peugeot.
E, seguindo a mesma lógica, bebo sempre William Lawsons.

Caro LTN

Toda a gente sabe que eu estou nos States para trazer o Amor e nem sequer pretendo condecorações para isso, prefiro corações...

quarta-feira, agosto 24, 2005

Besitos...

De Parabéns ao Blogamemucho por dois anos de excelentes postas.

terça-feira, agosto 23, 2005

The right woman for the job...
















Os rapazes do Acidental andam a tentar a preencher a quota feminina do blog.
Eu, por pertencer à tal facção "horrivelmente jacobina e ateia", não sou, obviamente, elegível.
Mas a solidariedade blogosférica e ideologicamente transversal impele-me a dar uma ajudinha e sugerir dois nomes.
Qualquer uma delas, caso aceite esta missão, seria perfeita para o lugar vago no Acidental.
À primeira não se lhe conhecem textos publicados na blogosfera mas uma das suas cartas de recomendação diz o seguinte: Champion of free minds and markets, she helped topple the welfare state and make the world safer for capitalism. Que mais se pode querer de uma futura colega de blog? Tem como principal handicap alguma dificuldade em ouvir os outros e talvez não queira acatar decisões que digam respeito ao blog nem que os restantes elementos ameaçem com uma greve de fome.
O seu nome: Margaret Hilda Thatcher
A segunda e firme candidata, mais nova e por isso talvez mais disponível e também sem provas dadas na blogosfera, tem consideravelmente menores méritos profissionais mas é uma digna representante dos WASPs. Vota Bush, é a favor da pena de morte, contra o sexo antes de casamento e acha que a homossexualidade é uma aberração. Tem como principal handicap a mania de fazer intrigas e o facto de ser uma personagem de ficção. Para além de ser WASP outra vantagem é o facto de ser amiga desta.
O seu nome: Bree Van de Kamp
May the best woman win!
Ps: As fotografias das candidatas deviam estar "side by side", até para demonstrar a igualdade de circunstâncias em que concorrem, mas há qualquer coisa que tem que ver talvez com os meus handicaps informáticos, talvez com a maior probabilidade de a Bree ganhar por ser amiga da Eva, que faz com que o desejado efeito saia algo desequilibrado. A Dama de Ferro é obviamente a primeira no texto mas a segunda na ordem das fotografias e a dona de casa desesperada exactamente o oposto.

Free associative writing

Free associative writing, Def.: Associative writing, also called free writing, requires that the student writes his thoughts as fast as they come to mind with no attention to sentence structure or punctuation. The technique may be particularly helpful when a student is troubled or suffering from writers' block.

A dificuldade em escrever lembra-me o Inadaptado do Kaufman. Sempre gostei de orquídeas. Há orquídeas a mais naquele filme. Meryl Streep, por outro lado, nunca é demais. Há qualquer coisa de profundamente perturbador no olhar do Nick Cage. Lembra-me Coppola. Fez filmes com ele, andou no liceu com os filhos dele. Coppola lembra-me Sofia. Sofia lembra-me Bill Murray. Que me lembra Seu Jorge a cantar as músicas do David Bowie em mau inglês e tom perfeito. Owen Wilson. Provavelmente o loiro mais feio da história de Hollywood. The Royal Tennenbauns. Bill Murray lembra-me Cousteau e Angélica Houston. A família Adams. Christina Ricci no Monster. A má da fita era ela. Aqueles olhos esbugalhados lembram-me aquele filme do Woody Allen que não era o melhor de todos com aquele rapaz que deu um uso original às tartes. Annie Hall. Psicanálise. Freud. Sexo. E a cidade. Mr. Big. Alguém sabe o nome verdadeiro dele?

Ninhos de cucos: Vincent, o dentista.


(ou das coisas que não lembram ao menino Jesus mas lembram ao Woody Allen)

“If the impressionists had been dentists

Dear Theo,

Will life never treat me decently? I am wracked by despair! My head is pounding. Mrs. Sol Shwimmer is suing me because I made her bridge as I felt it and not to fit her ridiculous mouth! That’s right! I can’t work to order like a common tradesman! I decided her bridge should be enourmous and billowing, with wild explosive teeth flaring up in every direction like fire! Now she is upset beacuse it won’t fit in her mouth! She is so bourgeois and stupid, I want to smash her! I tried forcing the false plate in but it sticks out like a star burst chandelier. Still, I find it beautiful. She claims she can’t chew! What do I care whether she can chew or not! Theo, I can’t go on like this much longer! I asked Cézanne if he would share an office with me, but he is old and infirm and unable to hold the instuments and they must be tied to his wrists but then he lacks accuracy and once inside a mouth he knocks out more teeth than he saves. What to do?

Vincent"

Woody Allen, Complete Prose

segunda-feira, agosto 22, 2005

Despedida vs Chegada

Inacreditável!
Afinal é mesmo verdade, GMM sai (ainda por cima silenciosamente) do Teorema…
Jantei com o dito cujo na semana passada e ele veio com essa história, fiquei com a nítida sensação que era apenas um devaneio provocado pelo vinho, meu ou dele pouco importava, só não quis dar muita importância ao assunto, afinal também eu fazia anos (parabéns INF!) e estava (já cá estou) de partida para os States, pelo que achei melhor não pensar muito nisso e continuar a beber.
Afinal não era um devaneio e por isso talvez devesse ter dado outra atenção ao assunto, não que fizesse alguma diferença, o GMM tem a virtude de ser inamovível quando toma uma decisão (ainda bem, porque o tipo vai casar-se), mas pelo menos podia ter feito algum tipo de elogio fúnebre, aquelas coisas que se dizem nestas alturas, ninguém posta bosta como GMM ou ninguém sabe mais de psicologia de ponta em versão testes on-line do que GMM.
Infelizmente não fiz nada disso.
Limitei-me a olhar para o rapaz e a dizer: “Que pena pá, eras a alma do teorema (breve pausa) mas eu tenho a certeza que voltas! (após negação instantânea por parte de GMM acrescentei cepticamente) Ok, fico à espera.”

Eu que queria apresentar-me com toda a pompa e circunstância como o novo correspondente em Washington DC, qual Carlos Fino versão discoteca, dei por mim completamente abafado pelas notícias desse nosso Portugal.

Só posso prometer que depois destas férias e desta enorme mudança na minha vida vou tentar cumprir com elevação o desafio proposto pelo GMM, levar o Teorema para a gráfica!!

Aquele abraço Gonçalo, aqui te espero para uma (ou 15) cervejinha(s) com vista para a casa branca.

A partir de hoje...

O Teorema ganha novo alento democrático.
Temos comments.
Confia-se na maturidade democrática dos comentadores.
Venham eles.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Só para dizer que acho mal...

Que tu te vás embora e que nos deixes assim. Silenciosamente.
Tenho qualquer coisa contra pessoas que se vão embora silenciosamente.
Eu faço barulho quando me vou embora. Porque sim.
Também tenho qualquer coisa contra o facto de o novo livro do Paulo Coelho custar três mil euros. Parece que foi escrito à mão.
Antes os teus posts fáceis. Antes os teus posts de merda.
E se fosses embora com um post fácil? E se escrevesses sobre o Miguel e o Benfica?
Eu não te levaria a mal.
Quando quiseres voltar avisa.
Obrigada.

quinta-feira, agosto 18, 2005

"I quit, I give up, it’s not good enough for me anymore, it seems..."

Qualquer semelhança com o êxito da Eddie Brickle é pura coincidência.
Decidi abandonar o Teorema. Assim, deixo um blog que muito prazer me deu não só a escrever, mas sobretudo a ler, não podendo deixar de agradecer aos meus amigos pitagóricos por estes meses de agradável convivência e cumplicidade. Fui perdendo a inspiração, a vontade e, por fim, a capacidade de postar. Bem sei que podia ter recorrido ao chamado “post fácil”, comentando as quase contratações do SLB, as quase notícias do telejornal da TVI, ou as quase vitórias do meu Sporting, mas mesmo assim preferi sair, quase silenciosamente...
Por aqui continuarei a passar diariamente, mas apenas enquanto leitor.
À INF (ladies first), ao AMJ, FPB, JFR e LTN, gracias, gracias, gracias...

Só para dizer que acho mal...

Que passemos a andar um bocadinho menos "Fora do Mundo" todos os dias.

quarta-feira, agosto 17, 2005

Foi um arrastão. Não, foram só dez. Não houve arrastão nenhum.

Há um problema com a verdade. De proporções endémicas. Preferimos falar em diferentes versões, em graus de verdade, em perspectivas. Mas vem sempre à tona. Eventualmente.

And your moment of zen is...(post de inspiração jon stewartiana)

terça-feira, agosto 16, 2005

Not so miserable excuse for a break

Escrevinho qualquer coisa com a pretensão de que efectivamente sei tudo o que há para saber sobre aquele assunto de grande complexidade jurídica e oiço Rod Stewart na sala ao lado. Se fosse homem, e fazendo fé no que diz o LFN, a associação de ideias levar-me-ia à Rachel Hunter. Há condições minímas de higiene, segurança e, permitam-me, sanidade no trabalho. Façam a minha nota de culpa mas não consigo trabalhar ao som de Rod Stewart. A música e a imediata associação mental àquela figura de cabelo espetado, ar lamechas e pinta de Don Juan geriátrico são insuportáveis e, porque não sou homem, não beneficio da capacidade de associação mental à Rachel Hunter e do alívio que isso decerto provoca. Desconcentro-me. Escrevo no blog. E, assim, também em mim se manifesta a depressão sazonal.

sexta-feira, agosto 12, 2005

Dicas importantes para o membro deste blog que vai para terras do Tio Sam

Que me faz lembrar um post que por aqui se escreveu, mutatis mutandis, sobre a mesma e algo intestinal temática.
Afigura-se-me, acto contínuo à leitura destes posts e ao presenciar de inúmeras conversas entre rapazes, a seguinte questão:
Why do boys like to talk about shit and shit related issues so much?
Em inglês não porque sou peneirenta mas porque me parecia demasiado grosseiro colocar aqui em garrafais letras a questão: porque é que os gajos adoram falar sobre merda? Em inglês é mais suave.

terça-feira, agosto 09, 2005

Figueira da Foz pós PSL

Caro Dr. PSL,

Confesso que há uns anos atrás, quando V. Exa. afirmou que queria colocar a Figueira no mapa, não liguei muito. Infelizmente, e pelas piores razões, cheguei à conclusão que, ao contrário de muitas outras, essa V/ pretensão foi plenamente conseguida. Bastou-me ter passado este fim-de-semana nessa outrora "bela localidade", para saber que nunca mais lá volto em Agosto, salvo motivo de força maior.
Sábado, 6 de Agosto, 13h47: Depois de uma longa caminhada, avisto o areal imenso. Preparo-me psicológica e fisicamente para outra longa caminhada, por entre oásis artificiais, parques de diversões, construções de areia horrendas e dezenas de pessoas, exercitando o meu equilíbrio numa passadeira de madeira estreita e desnivelada com pregos salientes. Depois do tradicional pit-stop na "barraquinha" da praia para a dose “matinal” de cafeína, chego finalmente à beira-mar, preparando-me inconscientemente para aquilo que viria a ser um dia verdadeiramente horrível.
Não obstante a praia da Figueira ser gigantesca, as pessoas continuam a optar por instalar-se comodamente a cerca de 0,50 metros umas das outras. É realmente extraordinário abrir os olhos depois de uma siesta reconfortante e ter um, pior, dois pés de um(a) desconhecido(a) quase a tocar-nos no nariz. É, também, muito pouco simpático ouvir os relatos dos engates bem ou mal sucedidos da noite anterior (com todos os detalhes de altíssimo nível a que temos direito). Mas o pior ainda nem sequer chegou: as bolas (não as de berlim, que são deliciosas). Não consigo contar o número de vezes que levei com uma bola na cara. Bolas de futebol, de vólei, de squash... é à escolha do freguês. Ainda para mais, os jogadores consideram-nos um obstáculo à prática daquelas modalidades desportivas, e ainda nos insultam (e às nossas mães, que nem estão por ali) quando pedimos, educadamente, para irem jogar para outro lado.
Temendo pela nossa integridade física (felizmente não pela das nossas mães, que não estão por ali), resolvemos ir até à água, para refrescar as ideias, mas nem aí conseguimos evitar possíveis confrontos físicos com pessoas que resolvem chapinhar naquela água gelada, causando nas suas vítimas choques térmicos de elevada perigosidade.
O "sociólogo" (ou será masoquista?) que há em mim levou-me a repetir a experiência no Domingo.
Abandonei mais cedo a praia e só fiquei mais calmo com o trânsito à chegada a Lisboa.
Por amor de Deus, retirem a Figueira do mapa!

GMM

segunda-feira, agosto 08, 2005

Já estou um bocado farto destes testes!!

Part Passionate Kisser


For you, kissing is about all about following your urges
If someone's hot, you'll go in for the kiss - end of story
You can keep any relationship hot with your steamy kisses
A total spark plug - your kisses are bound to get you in trouble

Part Expert Kisser


You're a kissing pro, but it's all about quality and not quantity
You've perfected your kissing technique and can knock anyone's socks off
And you're adaptable, giving each partner what they crave
When it comes down to it, your kisses are truly unforgettable

quinta-feira, agosto 04, 2005

Teste 3

Your Blogging Type is Confident and Insightful
You've got a ton of brain power, and you leverage it into brilliant blog.
Both creative and logical, you come up with amazing ideas and insights.
A total perfectionist, you find yourself revising and rewriting posts a lot of the time.
You blog for yourself - and you don't care how popular (or unpopular) your blog is!

quarta-feira, agosto 03, 2005

Pergunta "Ena Pá" do dia

Será que o Presidente da República vai receber Manuel João Vieira?

terça-feira, agosto 02, 2005

Como poderão verificar pelo meu ultrajante resultado...

Your Brain is 40.00% Female, 60.00% Male
You have a total boy brain

Logical and detailed, you tend to look at the facts
And while your emotions do sway you sometimes...You never like to get feelings too involved

Este teste é uma monumental fraude! Aconselho os visitantes deste blog (a minha mãe, o meu pai, os meus tios, irmãos e alguns vizinhos do LTN) a não realizarem este teste, sob pena de formarem uma imagem totalmente negativa de si próprios.
"You have a total boy brain" é, no mínimo, ofensivo!
PS. fyi, INF são as iniciais de um nome, personalidade e atitude 100% femininas.

segunda-feira, agosto 01, 2005

Teste 2




Your Brain is 46.67% Female, 53.33% Male




Your brain is a healthy mix of male and female

You are both sensitive and savvy

Rational and reasonable, you tend to keep level headed

But you also tend to wear your heart on your sleeve



Via Bomba!

Teste 1

You Are 20% Weird


Not enough to scare other people...
But sometimes you scare yourself.


Via Bomba!

Um post sobre tios, sobrinhos e erro sobre a pessoa que nada tem que ver com o Isaltino

Projecto de advogado conversa com projecto de funcionário:
- Bom dia. Seria possível dar-me uma informação sobre o processo nº xxxx.
- Qual é a informação?
- Gostaria de saber se o réu já foi citado
- Desculpe, não percebo.
- (Repete e tenta não mastigar as consoantes e as vogais, pensa tratar-se de um problema de dicção.)
- Ggggostariaaaa de saaaberrr se o réeeeu já foi citado.
- É que eu não estou a perceber.
- (Mastigando as consoantes em sinal de impaciência, repete o pedido de informação e ouve novamente um “eu não percebo”)
- O que é que não percebe exactamente?
- É que eu sou a sobrinha.
- Desculpe?
- (O desculpe sai incrédulo e um tanto ou quanto arrogante)
- Eu não percebo nada disto, a minha tia saiu para almoçar e eu fiquei aqui a tomar conta do tribunal.
- (São onze e meia da manhã e pensa ter ligado para o Bar do Manel do Tinto, quando o que queria era ter marcado o número do Tribunal de Comarca. Desiste.)
- Eu ligo mais tarde. Obrigada.

Desliga e pensa que, nas conversas com pseudo-funcionários como, aliás, na vida, tudo seria mais fácil se a pessoa com quem estamos a falar correspondesse, efectivamente, à pessoa com quem queremos falar e não à sobrinha ou afilhada, e que, sendo-o, tenha a delicadeza de dizer ab initio, não eu não trabalho aqui e são escusados os próximos cinco minutos de conversa inútil. Aplicado o princípio de se dizer, antes de mais nada, delicada e educadamente, quem somos, e o que, a final, se pode esperar de nós, ser-me-iam, com grande vantagem para a minha vida, negadas um sem número de conversas inúteis, esperas desesperantes e relacionamentos em que o erro sobre a pessoa foi a causa única da sua existência.
Bottom line, basta advertir que se é, na verdade, a sobrinha da funcionária e que o assunto não nos diz respeito.