Um post sobre tios, sobrinhos e erro sobre a pessoa que nada tem que ver com o Isaltino
Projecto de advogado conversa com projecto de funcionário:
- Bom dia. Seria possível dar-me uma informação sobre o processo nº xxxx.
- Qual é a informação?
- Gostaria de saber se o réu já foi citado
- Desculpe, não percebo.
- (Repete e tenta não mastigar as consoantes e as vogais, pensa tratar-se de um problema de dicção.)
- Ggggostariaaaa de saaaberrr se o réeeeu já foi citado.
- É que eu não estou a perceber.
- (Mastigando as consoantes em sinal de impaciência, repete o pedido de informação e ouve novamente um “eu não percebo”)
- O que é que não percebe exactamente?
- É que eu sou a sobrinha.
- Desculpe?
- (O desculpe sai incrédulo e um tanto ou quanto arrogante)
- Eu não percebo nada disto, a minha tia saiu para almoçar e eu fiquei aqui a tomar conta do tribunal.
- (São onze e meia da manhã e pensa ter ligado para o Bar do Manel do Tinto, quando o que queria era ter marcado o número do Tribunal de Comarca. Desiste.)
- Eu ligo mais tarde. Obrigada.
Desliga e pensa que, nas conversas com pseudo-funcionários como, aliás, na vida, tudo seria mais fácil se a pessoa com quem estamos a falar correspondesse, efectivamente, à pessoa com quem queremos falar e não à sobrinha ou afilhada, e que, sendo-o, tenha a delicadeza de dizer ab initio, não eu não trabalho aqui e são escusados os próximos cinco minutos de conversa inútil. Aplicado o princípio de se dizer, antes de mais nada, delicada e educadamente, quem somos, e o que, a final, se pode esperar de nós, ser-me-iam, com grande vantagem para a minha vida, negadas um sem número de conversas inúteis, esperas desesperantes e relacionamentos em que o erro sobre a pessoa foi a causa única da sua existência.
Bottom line, basta advertir que se é, na verdade, a sobrinha da funcionária e que o assunto não nos diz respeito.
- Bom dia. Seria possível dar-me uma informação sobre o processo nº xxxx.
- Qual é a informação?
- Gostaria de saber se o réu já foi citado
- Desculpe, não percebo.
- (Repete e tenta não mastigar as consoantes e as vogais, pensa tratar-se de um problema de dicção.)
- Ggggostariaaaa de saaaberrr se o réeeeu já foi citado.
- É que eu não estou a perceber.
- (Mastigando as consoantes em sinal de impaciência, repete o pedido de informação e ouve novamente um “eu não percebo”)
- O que é que não percebe exactamente?
- É que eu sou a sobrinha.
- Desculpe?
- (O desculpe sai incrédulo e um tanto ou quanto arrogante)
- Eu não percebo nada disto, a minha tia saiu para almoçar e eu fiquei aqui a tomar conta do tribunal.
- (São onze e meia da manhã e pensa ter ligado para o Bar do Manel do Tinto, quando o que queria era ter marcado o número do Tribunal de Comarca. Desiste.)
- Eu ligo mais tarde. Obrigada.
Desliga e pensa que, nas conversas com pseudo-funcionários como, aliás, na vida, tudo seria mais fácil se a pessoa com quem estamos a falar correspondesse, efectivamente, à pessoa com quem queremos falar e não à sobrinha ou afilhada, e que, sendo-o, tenha a delicadeza de dizer ab initio, não eu não trabalho aqui e são escusados os próximos cinco minutos de conversa inútil. Aplicado o princípio de se dizer, antes de mais nada, delicada e educadamente, quem somos, e o que, a final, se pode esperar de nós, ser-me-iam, com grande vantagem para a minha vida, negadas um sem número de conversas inúteis, esperas desesperantes e relacionamentos em que o erro sobre a pessoa foi a causa única da sua existência.
Bottom line, basta advertir que se é, na verdade, a sobrinha da funcionária e que o assunto não nos diz respeito.
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