terça-feira, agosto 09, 2005

Figueira da Foz pós PSL

Caro Dr. PSL,

Confesso que há uns anos atrás, quando V. Exa. afirmou que queria colocar a Figueira no mapa, não liguei muito. Infelizmente, e pelas piores razões, cheguei à conclusão que, ao contrário de muitas outras, essa V/ pretensão foi plenamente conseguida. Bastou-me ter passado este fim-de-semana nessa outrora "bela localidade", para saber que nunca mais lá volto em Agosto, salvo motivo de força maior.
Sábado, 6 de Agosto, 13h47: Depois de uma longa caminhada, avisto o areal imenso. Preparo-me psicológica e fisicamente para outra longa caminhada, por entre oásis artificiais, parques de diversões, construções de areia horrendas e dezenas de pessoas, exercitando o meu equilíbrio numa passadeira de madeira estreita e desnivelada com pregos salientes. Depois do tradicional pit-stop na "barraquinha" da praia para a dose “matinal” de cafeína, chego finalmente à beira-mar, preparando-me inconscientemente para aquilo que viria a ser um dia verdadeiramente horrível.
Não obstante a praia da Figueira ser gigantesca, as pessoas continuam a optar por instalar-se comodamente a cerca de 0,50 metros umas das outras. É realmente extraordinário abrir os olhos depois de uma siesta reconfortante e ter um, pior, dois pés de um(a) desconhecido(a) quase a tocar-nos no nariz. É, também, muito pouco simpático ouvir os relatos dos engates bem ou mal sucedidos da noite anterior (com todos os detalhes de altíssimo nível a que temos direito). Mas o pior ainda nem sequer chegou: as bolas (não as de berlim, que são deliciosas). Não consigo contar o número de vezes que levei com uma bola na cara. Bolas de futebol, de vólei, de squash... é à escolha do freguês. Ainda para mais, os jogadores consideram-nos um obstáculo à prática daquelas modalidades desportivas, e ainda nos insultam (e às nossas mães, que nem estão por ali) quando pedimos, educadamente, para irem jogar para outro lado.
Temendo pela nossa integridade física (felizmente não pela das nossas mães, que não estão por ali), resolvemos ir até à água, para refrescar as ideias, mas nem aí conseguimos evitar possíveis confrontos físicos com pessoas que resolvem chapinhar naquela água gelada, causando nas suas vítimas choques térmicos de elevada perigosidade.
O "sociólogo" (ou será masoquista?) que há em mim levou-me a repetir a experiência no Domingo.
Abandonei mais cedo a praia e só fiquei mais calmo com o trânsito à chegada a Lisboa.
Por amor de Deus, retirem a Figueira do mapa!

GMM