sexta-feira, julho 29, 2005
quarta-feira, julho 27, 2005
Gostos não se discutem
Mas não percebo como é que um Eborense, fadista e salazarista tem pancas como esta, mulheres com tatuagens, piercings e que ainda por cima saem ao pai...
A tradição já não é mesmo o que era.
terça-feira, julho 26, 2005
(Violent) XXL femmes
Há o Elefante Branco.
Há o Hipópotamo.
Não deixa de ser curiosa a escolha de nomes de animais de grande porte para baptizar clubes de strip. F.P.B., que deve perceber mais desses assuntos que eu, esclareceu-me, e descansou-me, que não se trata de uma alusão ao porte das senhoras que lá trabalham. Assegurou-me, embora me tivesse dito que o seu testemunho era indirecto, que elas estão mais para gazelas do que para hipópotamas ou elefantas.
Será por causa da violência animal do seu discurso? Ou pela portentosa capacidade de expressão corporal, próxima do efeito de tremor sobre a crosta terrestre que tem a passagem de uma manada de elefantes em fúria? Será que aquela que escreveu/ditou/assinou o livro, tendo que responder a uma daquelas perguntas "se fosse um animal qual seria" , responderia elefanta?
Ou será uma alusão aos frequentadores e ao seu porte avantajado? Terá alguma coisa a ver com trombas?
Qual a relaçaõ entre um elefante e uma table dance, ou entre um hipópotamo e uma private?
Podemos contar com a abertura da Baleia Cinzenta numa qualquer rua de Lisboa?
segunda-feira, julho 25, 2005
Da necessidade de um Baby Boom
Percebi o verdadeiro alcance das procupações com a natalidade e com o envelhecimento demográfico em Portugal quando soube que era provável que o Dr. Mário Soares se candidatasse à Presidência. Já tinha experienciado semelhante preocupação quando se começou a falar na candidatura do Prof. Cavaco Silva. Fiquei-me com a teoria do vazio de liderança no PSD.
A parte e o todo. A população portuguesa está envelhecida. A população política portuguesa está envelhecida. É a linguagem blogger aplicada: a falta de inspiração é tanta que já começaram a fazer repost. Daqui a vinte anos Guterres e Durão Barroso candidatar-se-ão novamente ao cargo de primeiro ministro. Incentive-se o nascimento de novos políticos. Esperemos que eles deixem de usar métodos contraceptivos e de, nos casos mais radicais, fazer abortos, para o bem da natalidade política portuguesa, precisamos de um baby boom.
Lost in translation
Conheci um belga que, por ter chumbado em todos os exames do curso de medicina, foi "desterrado" de castigo para Portugal. Passou o dia na praia da Foz do Arelho e à noite foi ver a Ivete Sangalo ao Vimeiro. Não escolheu nenhum destes programas mas foi o castigo que lhe coube por ser um mau aluno belga. Deve ser, para os belgas, o equivalente a ser mandado de castigo para o Bangladesh. Desconhece o que seja o samba. Não dança. Só fala francês. É belga e pouco efusivo. Passe o pleonasmo. O momento mais complicado da noite foi ter que lhe explicar um dos versos de uma das músicas (que teve direito a bis) da Ivete: "Chupa toda". Arriscámos o "chuper" e alguns gestos mas o nosso francês não deu para mais.
De facto, a língua universal do sexo só o é na praxis.
O que ele não aprendeu no fim de semana...ou do estado da educação em Portugal
O LTN foi à escola da vida este fim de semana. Aprendeu que as mulheres de esquerda são mais fáceis. O estado da escola da vida anda a par e passo com a outra escola, a curricular, a formal. A percentagem de reprovações é assustadora. Não se aprende nada. Nem o mais elementar da matemática, nem as estruturas mais básicas da língua mater. Pois. O LTN multiplicou e chegou à conclusão de que todas as mulheres de esquerda são fáceis. Chumbado a matemática. Pois. O LTN leu um bilhete e pensou que era um convite a contratar para o resto da noite. Era a conta do café. Sofre de iliteracia. Chumbado a português.
sexta-feira, julho 22, 2005
Diálogos de verão ou "Aeroplano" revisited
Não sei se é do calor, do sol, do facto de estar pelo menos cinco dias por semana fechado num gabinete ou de todos esses factores ao mesmo tempo, mas os membros deste blogue acabaram de elevar (ainda mais) os seus níveis de insanidade. Este diálogo (que acabou de acontecer) é ilustrativo...
LTN: Wait a minute. I know you. You're Kareem Abdul-Jabar. You play basketball for the Los Angeles Lakers.
GMM: I'm sorry son, but you must have me confused with someone else. My name is Roger Murdock. I'm the co-pilot.
LTN: You are Kareem. I've seen you play. My dad's got season tickets.
GMM: I think you should go back to your seat now Joey. Right Clarence?
INF: Nahhhhhh, he's not bothering anyone, let him stay here.
GMM: But just remember, my name is ROGER MURDOCK. I'm an airline pilot.
LTN: I think you're the greatest, but my dad says you don't work hard enough on defense. And he says that lots of times, you don't even run down court. And that you don't really try... except during the playoffs.
GMM: The hell I don't. Listen kid, I've been hearing that crap ever since I was at UCLA. I'm out there busting my buns every night. Tell your old man to drag Walton and Lanier up and down the court for 48 minutes.
quinta-feira, julho 21, 2005
Finalmente!
Já posso (entenda-se "consigo") escrever com bold e abusar dos itálicos, isto para nem sequer falar dos links que posso colocar!!
Agora é que vão ser elas.
Agora é que vão ser elas.
terça-feira, julho 19, 2005
Da dificuldade (ou dos dias em que me apetece facilitismo)
Nas relações com os outros, há dias em que parece que anda tudo no nível de dificuldade “só para jogadores experientes”. Melhor seria se estivesse disponível uma versão para iniciados, outra para jogadores medianos, e outra para quem nunca consegue passar do primeiro nível. Tudo com ajudas e vidas e truques para passar ao nível seguinte.
Pedi a 2ª via do meu teste psicotécnico II
(Porque a ora signatária acredita nos benefícios da auto-crítica, que não prejudica o orgulho de classe nem o sentimento de pertença à mesma, antes o engrandece. )
Escrita escorreita, todavia nebulosa. Devidamente nebulosa. Forte indício de que o escriba é advogado. Diz o Pedro.
A propósito de algo que eu escrevi, num comentário ao post "Esquizo", neste blog.
Acredito que escrever de forma escorreita mas sem esquecer que, adequadamente ao fim que nos propomos, ser escorreito e ser claro são coisas que se relacionam apenas por antonomásia, é ensinado no segundo ano de faculdade.
Ser nebuloso é um es muss sein.
Se acontecesse um cataclismo que evidenciasse as necessidades mais básicas, ninguém quereria constituir uma sociedade comercial, penhorar um imóvel, anular uma deliberação social ou fazer uma partilha.
Médicos e engenheiros e até filósofos teriam maior utilidade.
A propósito de algo que eu escrevi, num comentário ao post "Esquizo", neste blog.
Acredito que escrever de forma escorreita mas sem esquecer que, adequadamente ao fim que nos propomos, ser escorreito e ser claro são coisas que se relacionam apenas por antonomásia, é ensinado no segundo ano de faculdade.
Ser nebuloso é um es muss sein.
Se acontecesse um cataclismo que evidenciasse as necessidades mais básicas, ninguém quereria constituir uma sociedade comercial, penhorar um imóvel, anular uma deliberação social ou fazer uma partilha.
Médicos e engenheiros e até filósofos teriam maior utilidade.
Alimentamo-nos da construída artificialidade das instituições que cremos e dizemos aos outros serem úteis, da burocracia que dizemos ser entrave mas que aumenta as nossas horas facturáveis, da esquizofrenia legiferante que tudo complica e nos dá mais razão de ser, do verdadeiramente kafkiano que é ser arguido em Portugal (sem exagero algum), do desgastante que é explicar ao interessado o que raio se passa naquele processo que, inexplicavelmente, se arrasta há meia dúzia de anos.
Experimentem explicar a uma criança de seis anos o que faz exactamente um advogado. Em jeito de resposta, digo sempre qualquer coisa escorreita, mas devidamente nebulosa.
Ser nebuloso, para estes efeitos, o que por absoluta necessidade de patrocínio se concede, é um es muss sein da profissão.
Ser nebuloso, para estes efeitos, o que por absoluta necessidade de patrocínio se concede, é um es muss sein da profissão.
domingo, julho 17, 2005
Pedi uma 2ª via do meu teste psicotécnico...
"Lawyers are all right, I guess - but it doesn't appeal to me. I mean they're all right if they go around saving innocent guys' lives all the time, and like that, but you don't do that kind of stuff if you're a lawyer. All you do is make a lot of dough and play golf and play bridge and buy cars and drink martinis and look like a hot shot. And besides. Even if you did go around and saving guys lifes and all, how would you know if you did it because you really wanted to save guys' lives, or if you did it because what you really wanted to do was be a terrific lawyer, with everybody slapping you on the back and congratulating in court when the goddam trial was over, the reporters and everybody, the way it is in the dirty movies? How would you know you weren't being a phony? The trouble is, you wouldn't."
J. D. SALINGER, THE CATCHER IN THE RYE
sexta-feira, julho 15, 2005
Mulher-gado
Numa localidade da margem sul, anuncia-se, em vivos cartazes amarelos, o programa de festas: largada de toiros e passagem de modelos.
Aviso à navegação
Meus Caros LTN e JFR,
V. Exas. não têm legitimidade para discutir estes assuntos, uma vez que nunca furtaram um único objecto!
V. Exas. não têm legitimidade para discutir estes assuntos, uma vez que nunca furtaram um único objecto!
Sitemeter addicts e blogs sobre nada
A.: Então, como é que vai isso dos blogs? Ainda não consigo perceber que piada é que isso tem, tirando aquele do pipi, ou pipo, ou o raio que o parta, que deu um livro e que ninguém sabe quem escreveu, os outros são todos uma monumental seca.
(B. responde algo exasperado)
B.: Muito bem. Já temos quarenta mil visitas.
A.: Mesmo assim, continuo sem perceber.
(A. sai para não ter que aturar a costumeira conversa sobre a porcaria dos blogs e do último post que estava tão giro e do outro que toda a gente achou execrável e dos comments e dos links e daquelas palavras que soam a peixe como postar)
B.: Tens visto o sitemeter?
C. : Epá, congelou nas cinco mil visitas.
B.: Temos que pôr mais links.
C.. Mas quais? Já linkámos aqueles gajos que só escrevem sobre política, o outro que escreve sobre revisionismo histórico, os outros que estão à espera do D. Sebastião, aqueles que falam de música que ninguém conhece, a outra que escreve posts que ninguém percebe, o outro que eu também não percebo,
B.: Mas esse, de vez em quando, põe fotografias de mulheres. Essas percebes.
C.: Depois há o outro que tem um blog só para isso.
B. Para quê?
C.: Fotografias de mulheres.
B.: E ainda mete Deus na conversa. Linkámos o outro que é evangélico e gosta de rock e os outros que dizem que Deus não existe.
C.: E se os provocarmos, achas que resulta?
B.: Resultava era com aqueles que já acabaram por causa das birras.
C.: E se linkássemos aqueles do matemático?
B.: Quais, os cientistas? Não percebo nada do que eles escrevem.
C.: Não, aqueles que têm um blog sobre nada e lhe deram um nome de um matemático.
B.: O blog sobre nada! Porque é que alguém decide fazer um blog sobre nada?
C.: Não sei. Devem pensar que são o Seinfeld. Mas da última vez que lá fui eles até tinham muitas visitas. E parece que andam a combinar um jantar, deve ser boa altura.
(qualquer semelhança com blogues reais é mera coincidência)
(B. responde algo exasperado)
B.: Muito bem. Já temos quarenta mil visitas.
A.: Mesmo assim, continuo sem perceber.
(A. sai para não ter que aturar a costumeira conversa sobre a porcaria dos blogs e do último post que estava tão giro e do outro que toda a gente achou execrável e dos comments e dos links e daquelas palavras que soam a peixe como postar)
B.: Tens visto o sitemeter?
C. : Epá, congelou nas cinco mil visitas.
B.: Temos que pôr mais links.
C.. Mas quais? Já linkámos aqueles gajos que só escrevem sobre política, o outro que escreve sobre revisionismo histórico, os outros que estão à espera do D. Sebastião, aqueles que falam de música que ninguém conhece, a outra que escreve posts que ninguém percebe, o outro que eu também não percebo,
B.: Mas esse, de vez em quando, põe fotografias de mulheres. Essas percebes.
C.: Depois há o outro que tem um blog só para isso.
B. Para quê?
C.: Fotografias de mulheres.
B.: E ainda mete Deus na conversa. Linkámos o outro que é evangélico e gosta de rock e os outros que dizem que Deus não existe.
C.: E se os provocarmos, achas que resulta?
B.: Resultava era com aqueles que já acabaram por causa das birras.
C.: E se linkássemos aqueles do matemático?
B.: Quais, os cientistas? Não percebo nada do que eles escrevem.
C.: Não, aqueles que têm um blog sobre nada e lhe deram um nome de um matemático.
B.: O blog sobre nada! Porque é que alguém decide fazer um blog sobre nada?
C.: Não sei. Devem pensar que são o Seinfeld. Mas da última vez que lá fui eles até tinham muitas visitas. E parece que andam a combinar um jantar, deve ser boa altura.
(qualquer semelhança com blogues reais é mera coincidência)
quinta-feira, julho 14, 2005
Porque este blog tem excesso de testosterona
Carrie: It all seemed so familiar. She was having a deja fuck.
(Sex and the City a.k.a. the unholy bible)
Ass.: a quota feminina deste blog sem sistema de quotas mas que tem mulheres na mesma proporção que o governo do Sócrates.
(Sex and the City a.k.a. the unholy bible)
Ass.: a quota feminina deste blog sem sistema de quotas mas que tem mulheres na mesma proporção que o governo do Sócrates.
Dúvida existencial e convocatória
Caro GMM (na qualidade de sócio-gerente da Teorema de Pitágoras, Lda.),
Porquê o link para o Gato Fedorento?
Os tipos dão bilhetes à pala para os espectáculos?
Eu até gosto das piadas - que já viram melhores dias, mas enfim - e até conheço um dos fedorentos (gatos pareceu-me muito gay, desculpa ITF por fazer parte do Clã que descreveste), mas linkar o blog com piadas a roçar o batanete/agenda/publicidade na 1ª pessoa é demais. Mesmo que hoje em dia seja considerado serviço público dar a conhecer nomes de localidades que nem a TVI quer saber...
Nunca gostei de ser uma maria-vai-com-as-outras, pelo menos sem primeiro saber onde é que as ditas vão...
Vai daí pergunto-me com alguma frequência porque razão os blogues portugueses, na sua maioria compostos por doutas personalidades, insistem em linkar o blogue dos fedorentos...
Por isso GMM, proponho uma assembleia-geral extraordinária com a seguinte ordem de trabalhos:
1º Jantar e copos
2º Retirar o link do gato fedorento ou criar uma nova categoria onde possamos incluir outros sites com agendas culturais e de lazer, nomeadamente o "cartaz" ou "teatro aberto"...
3º À escolha do freguês conforme a criatividade etílica o permitir.
Porquê o link para o Gato Fedorento?
Os tipos dão bilhetes à pala para os espectáculos?
Eu até gosto das piadas - que já viram melhores dias, mas enfim - e até conheço um dos fedorentos (gatos pareceu-me muito gay, desculpa ITF por fazer parte do Clã que descreveste), mas linkar o blog com piadas a roçar o batanete/agenda/publicidade na 1ª pessoa é demais. Mesmo que hoje em dia seja considerado serviço público dar a conhecer nomes de localidades que nem a TVI quer saber...
Nunca gostei de ser uma maria-vai-com-as-outras, pelo menos sem primeiro saber onde é que as ditas vão...
Vai daí pergunto-me com alguma frequência porque razão os blogues portugueses, na sua maioria compostos por doutas personalidades, insistem em linkar o blogue dos fedorentos...
Por isso GMM, proponho uma assembleia-geral extraordinária com a seguinte ordem de trabalhos:
1º Jantar e copos
2º Retirar o link do gato fedorento ou criar uma nova categoria onde possamos incluir outros sites com agendas culturais e de lazer, nomeadamente o "cartaz" ou "teatro aberto"...
3º À escolha do freguês conforme a criatividade etílica o permitir.
Convocatória
ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
CONVOCATÓRIA
De harmonia com o disposto nos Artigos 324.º e 332.º do Código dos Blogues Amadores, é convocada a Assembleia Geral do Blogue "Teorema de Pitágoras, Blg.", com sede em Siracusa, NIBC (número de identificação de blogue colectivo) 552739, matriculado na Conservatória do Registo de Blogues Amadores sob o n.º 602484, para reunir no restaurante "Gambrinus", em Lisboa, no próximo dia 21 de Julho de 2005, às 21h30, com a seguinte ordem de trabalhos:
1. Jantar e copos
2. Retirar o link do gato fedorento ou criar uma nova categoria onde possamos incluir outros sites com agendas culturais e de lazer, nomeadamente o "cartaz" ou "teatro aberto"
3. Deliberar sobre a obrigatoriedade de ajustar as fotografias de modo a não arruinar a formatação do Blogue
4. Deliberar sobre a destituição do sócio LTN, por ter ultrapassado o limite de 100.000 posts com a fotografia da Gwen Stefani
5. Deliberar sobre a obrigatoriedade do uso do estilo "justify full" nos posts, de modo a não arruinar a formatação do Blogue
6. Outros assuntos de interesse para o Blogue
Lisboa, 14 de Julho de 2005
O Sócio-Gerente do Blogue, usurpando os poderes do Presidente da Mesa da Assembleia Geral,
GMM
terça-feira, julho 12, 2005
Ritualismos I: Dos rituais de iniciação à masculinidade
O ritual das piadas homofóbicas entre amigalhaços: breve descrição.
Basicamente, consiste na aprendizagem, desde tenra idade, que existem sinais de alarme a detectar em algumas pessoas e que, em consonância, deve haver uma reacção vigorosa e viril em relação aos mesmos, que se traduz numa terapia conjunta (mais ou menos seis ou sete pessoas) de choque.
O vírus: O amigo, colega, amigo de um amigo.
Sinais de alarme: Se a mão descreve um ângulo diferente do que é tido por normal (meaning manguito), se a camisa não é azul, ou branca, ou verde tropa, ou qualquer das outras cores permitidas entre macho que é macho, se não diz “o lugar da mulher é na cozinha” pelo menos na quantidade salutar de três vezes por semana; se cai no erro de dizer, em público, loud and clear, QUE NÃO GOSTA DE FUTEBOL e não conhece os nomes dos jogadores todos de pelo menos cinco equipas nacionais e vinte internacionais; se diz que gosta de poesia; pior, sacrílego mesmo, se diz que escreve poesia e não é para engatar ninguém; se gosta mais da Beauvoir que do Hemingway; se acha que andar à pancada não é sempre a melhor solução; se é fã dos Sete Palmos de Terra; se nunca coçou os tomates em público.
Terapia dos amigalhaços: Exorcizam os males provenientes da convivência ou simples proximidade geográfica com tal ser alienígena que não gosta de futebol ("é tão gay, mas tão gay") porque se calhar até se pega e o pessoal até pode começar a bocejar durante um, imagine-se, Benfica- Sporting, com piadas recorrentes sobre a homossexualidade. (Aliás, cá entre nós, um dos assuntos preferidos dos machos que são mesmo muito machos são os gays, e aqueles que eles, qual PIDE dos hetero, consideram que se não são, pouco falta.) A terapia é de choque, pelo menos uma em cada três piadas contém uma nota de cariz homofóbico. Quando se querem insultar é fácil, dizem, orgulhosamente, “seu paneleiro”.
(É mais ou menos equivalente àquela expressão que se utiliza quando não se é bem atendido, ou se tem que trabalhar em alguma coisa menos agradável e braçal: “Devo ser preto”...também é um ritualismo. Fica para outro post).
Posologia: Para evitar o indesejado apaneleiramento, os amigalhaços devem, pelo menos, três vezes por semana, em jantaradas e almoçaradas, gozar com aqueles que eles suspeitam ser menos machos. Do mesmo modo, sempre que se insultarem devem preferir o termo “paneleiro” a qualquer outro, como forma de demonstrar que é equivalente a ser má pessoa, sem carácter, ou indivíduo repulsivo em geral.
Contra-indicações: A sobredosagem terapêutica provoca tacanhez de espírito, estupidez quadrada, e, muito lentamente, diminuição da massa cinzenta até ao seu total desaparecimento.
Basicamente, consiste na aprendizagem, desde tenra idade, que existem sinais de alarme a detectar em algumas pessoas e que, em consonância, deve haver uma reacção vigorosa e viril em relação aos mesmos, que se traduz numa terapia conjunta (mais ou menos seis ou sete pessoas) de choque.
O vírus: O amigo, colega, amigo de um amigo.
Sinais de alarme: Se a mão descreve um ângulo diferente do que é tido por normal (meaning manguito), se a camisa não é azul, ou branca, ou verde tropa, ou qualquer das outras cores permitidas entre macho que é macho, se não diz “o lugar da mulher é na cozinha” pelo menos na quantidade salutar de três vezes por semana; se cai no erro de dizer, em público, loud and clear, QUE NÃO GOSTA DE FUTEBOL e não conhece os nomes dos jogadores todos de pelo menos cinco equipas nacionais e vinte internacionais; se diz que gosta de poesia; pior, sacrílego mesmo, se diz que escreve poesia e não é para engatar ninguém; se gosta mais da Beauvoir que do Hemingway; se acha que andar à pancada não é sempre a melhor solução; se é fã dos Sete Palmos de Terra; se nunca coçou os tomates em público.
Terapia dos amigalhaços: Exorcizam os males provenientes da convivência ou simples proximidade geográfica com tal ser alienígena que não gosta de futebol ("é tão gay, mas tão gay") porque se calhar até se pega e o pessoal até pode começar a bocejar durante um, imagine-se, Benfica- Sporting, com piadas recorrentes sobre a homossexualidade. (Aliás, cá entre nós, um dos assuntos preferidos dos machos que são mesmo muito machos são os gays, e aqueles que eles, qual PIDE dos hetero, consideram que se não são, pouco falta.) A terapia é de choque, pelo menos uma em cada três piadas contém uma nota de cariz homofóbico. Quando se querem insultar é fácil, dizem, orgulhosamente, “seu paneleiro”.
(É mais ou menos equivalente àquela expressão que se utiliza quando não se é bem atendido, ou se tem que trabalhar em alguma coisa menos agradável e braçal: “Devo ser preto”...também é um ritualismo. Fica para outro post).
Posologia: Para evitar o indesejado apaneleiramento, os amigalhaços devem, pelo menos, três vezes por semana, em jantaradas e almoçaradas, gozar com aqueles que eles suspeitam ser menos machos. Do mesmo modo, sempre que se insultarem devem preferir o termo “paneleiro” a qualquer outro, como forma de demonstrar que é equivalente a ser má pessoa, sem carácter, ou indivíduo repulsivo em geral.
Contra-indicações: A sobredosagem terapêutica provoca tacanhez de espírito, estupidez quadrada, e, muito lentamente, diminuição da massa cinzenta até ao seu total desaparecimento.
Da crença na descrença
Quando digo que sou ateia, as pessoas costumam interrogar-me, com ar surpreendido e mal disfarçada inquietação , como é possível viver sem acreditar em nada.
Replicando, digo sempre que acredito na raça humana.
Em ideais e ideias. Em princípios e valores.
O Hobbes estava errado. Não há maldade intrínseca. Mas contextos, contigências, condicionalismos.
Aconteceu Londres.
Aconteceu isto.
Há dias em que é mais difícil.
quinta-feira, julho 07, 2005
Parabéns e Boas-vindas...e o Liam "enfant terrible" Gallagher embrulhadinho para o Francisco
Parabéns aos “Quase Famosos” por um óptimo ano a falar de música (de bandas que só venderam um cd e que só dois ou três weirdoes é que conhecem...como diria um grande amigo nosso, meu e do FMS, que decerto perceberá a piada por tê-la ouvido incessantemente durante dois anos...).
And now the one million dollars question:
E a festa?
Onde? E a quantas bebidas grátis vou ter direito por vos parabenizar no Teorema?
E as Boas Vindas. Ao Luís Aguiar Conraria do Destreza das Dúvidas, que, como bom filho, a casa tornou. Já tinha saudades de ler o Destreza.! Sê muito bem-vindo.
And now the one million dollars question:
E a festa?
Onde? E a quantas bebidas grátis vou ter direito por vos parabenizar no Teorema?
E as Boas Vindas. Ao Luís Aguiar Conraria do Destreza das Dúvidas, que, como bom filho, a casa tornou. Já tinha saudades de ler o Destreza.! Sê muito bem-vindo.
Um post à Rodrigo Moita de Deus ou coisas simples que (também) eu não consigo entender!
Associo-me à Lux no desagrado relativamente às expressões tipicamente usadas por pessoas que não conhecemos de parte alguma mas que, pelos vistos, têm pretensões a tal. O uso das expressões indicadas neste post é, infelizmente, recorrente. Lamentavelmente, há dezenas de expressões deste género que conseguem irritar o mais pacífico dos seres. Por exemplo, “jovem”. É comum, nos “coffee breaks” que gentilmente me concedem, sair do escritório para beber um café, uma coca-cola ou trincar um bolo qualquer. Mal me aproximo do balcão, sou abordado por um simpático funcionário do estabelecimento em causa que pergunta “então jovem, o que vai ser?”. Se a expressão é irritante, torna-se pornográfica quando é utilizada por uma pessoa muito mais nova que nós. De facto, dá vontade de responder “queria um café e um pastel de nata, seu espermatozóide/óvulo/material orgânico em geral. Mas não. Aquele “jovem” foi utilizado com tanta delicadeza e simpatia que não queremos passar por mal-educados e limitamo-nos a pedir o café e o pastel de nata sem mais.
Outra das coisas que me perturba seriamente é que se dirijam a mim na 2.ª pessoa do singular sem qualquer razão aparente. Imaginem uma comum sala de espera de uma qualquer repartição de finanças. Passadas 2 horas, somos finalmente atendidos, expomos as nossas dúvidas, esclarecem as mesmas como que por mnemónica e acabam por pedir qualquer coisa do género “importas-te de assinar aqui, sff?”. Neste caso de particular mau gosto, reagimos por instinto e utilizamos um qualquer “chavão” que aprendemos na idade do armário, como “desculpe, mas conhece-me de algum lado para me tratar por tu? Por acaso andou comigo na escola?”. Ao utilizar uma artimanha deste tipo podemos ter azar. De facto, pode acontecer que a funcionária pública não alcance o sentido da pergunta e, sem olhar para nós, replique com algo do género “porquê, também andaste na Fonseca de Benevides?”. Num momento como este há duas reacções possíveis: ou ignoramos e aceitamos a derrota, ou então agradecemos às alminhas por não ter frequentado a tal Fonseca de Benevides. Este é um risco que temos que correr quando vamos a uma repartição de finanças ou quando temos um blogue com caixas de comentários.
Por outro lado, há uma expressão que, de tão enigmática que é, tem levantado sérias dúvidas quanto à sua correcta interpretação: “beto”. Esta foi, provavelmente, a palavra com que se me dirigiram mais vezes, quase tantas como pelo meu nome próprio. Infelizmente, e uma vez que as pessoas que utilizam este tipo de expressão não têm, por regra, um ar minimamente amigável, optamos sempre por não teorizar sobre a adequabilidade da expressão, evitando assim problemas de maior para a nossa integridade física. De facto, ao ouvir coisas como “beto, passa para cá o dinheiro” passando pelo “o beto é fixe, não lhe batam mais e vamos bater no beto que está ao lado dele” e acabando no “vamos embora, isto está cheio de betos”, cheguei a pensar que todos nós nos chamávamos Alberto ou Roberto, mas que aquelas pessoas já tinham escolhido um petit-nom mais carinhoso.
Por fim, repugna-me cumprimentar uma pessoa qualquer que me foi apresentada e essa pessoa retorquir anunciando o seu nome e acrescentando um simples “prazer”. Nas primeiras vezes em que me encontrei nesse tipo de situações, achei que se tratava de uma proposta de cariz explicitamente sexual, como quem diz “olá, eu sou a Joana e quero possuir-te barbaramente” ou, simplesmente, “prazer”. E se não nos apetecer? Podemos responder com um simpático “agora não, muito obrigado” ou “talvez mais tarde, quando já estiver suficientemente enfrascado de whiskey”, dependendo da pessoa que está à nossa frente?
Continuo a ter as minhas dúvidas e continuo a irritar-me diariamente.
Outra das coisas que me perturba seriamente é que se dirijam a mim na 2.ª pessoa do singular sem qualquer razão aparente. Imaginem uma comum sala de espera de uma qualquer repartição de finanças. Passadas 2 horas, somos finalmente atendidos, expomos as nossas dúvidas, esclarecem as mesmas como que por mnemónica e acabam por pedir qualquer coisa do género “importas-te de assinar aqui, sff?”. Neste caso de particular mau gosto, reagimos por instinto e utilizamos um qualquer “chavão” que aprendemos na idade do armário, como “desculpe, mas conhece-me de algum lado para me tratar por tu? Por acaso andou comigo na escola?”. Ao utilizar uma artimanha deste tipo podemos ter azar. De facto, pode acontecer que a funcionária pública não alcance o sentido da pergunta e, sem olhar para nós, replique com algo do género “porquê, também andaste na Fonseca de Benevides?”. Num momento como este há duas reacções possíveis: ou ignoramos e aceitamos a derrota, ou então agradecemos às alminhas por não ter frequentado a tal Fonseca de Benevides. Este é um risco que temos que correr quando vamos a uma repartição de finanças ou quando temos um blogue com caixas de comentários.
Por outro lado, há uma expressão que, de tão enigmática que é, tem levantado sérias dúvidas quanto à sua correcta interpretação: “beto”. Esta foi, provavelmente, a palavra com que se me dirigiram mais vezes, quase tantas como pelo meu nome próprio. Infelizmente, e uma vez que as pessoas que utilizam este tipo de expressão não têm, por regra, um ar minimamente amigável, optamos sempre por não teorizar sobre a adequabilidade da expressão, evitando assim problemas de maior para a nossa integridade física. De facto, ao ouvir coisas como “beto, passa para cá o dinheiro” passando pelo “o beto é fixe, não lhe batam mais e vamos bater no beto que está ao lado dele” e acabando no “vamos embora, isto está cheio de betos”, cheguei a pensar que todos nós nos chamávamos Alberto ou Roberto, mas que aquelas pessoas já tinham escolhido um petit-nom mais carinhoso.
Por fim, repugna-me cumprimentar uma pessoa qualquer que me foi apresentada e essa pessoa retorquir anunciando o seu nome e acrescentando um simples “prazer”. Nas primeiras vezes em que me encontrei nesse tipo de situações, achei que se tratava de uma proposta de cariz explicitamente sexual, como quem diz “olá, eu sou a Joana e quero possuir-te barbaramente” ou, simplesmente, “prazer”. E se não nos apetecer? Podemos responder com um simpático “agora não, muito obrigado” ou “talvez mais tarde, quando já estiver suficientemente enfrascado de whiskey”, dependendo da pessoa que está à nossa frente?
Continuo a ter as minhas dúvidas e continuo a irritar-me diariamente.
quarta-feira, julho 06, 2005
Obrigada Alberto João
Existem vários truques que se utilizam naquelas situações em que é absolutamente impreterível que não percamos a compostura. Para aqueles mais facilmente dados ao deboche e escandaleira total estes truques são a quintessência da boa convivência em sociedade.
Meaning, truques para não rir a bandeiras despregadas, desavergonhadas e mal educadas...
Picture this: reunião de vital importância e alguém, no meio de discurso acalorado lança um perdigoto, mais projéctil que outra coisa, de tal maneira abundante que praticamente ensopa a folha do infeliz interlocutor. Ou isto, encontrar no corredor de um qualquer edifício de escritórios uma pessoa (em frente à qual não nos podemos mesmo descoser, porque da natureza do seu cargo resulta, se contrariada, a possibilidade de materializar, com impressionante rapidez e eficácia, a assustadora imagem dos caixotes à porta com as tralhas todas que se foram acumulando), que, ao passar, cai estrondosamente no chão ou tropeça daquela maneira que me faz lembrar sempre o Chaplin. Ou ainda, primeiro jantar em casa dos futuros sogros e a sogra, abundante de carnes e amante de feijoada, se entrega, pensando que ninguém ouve ou cheira, à flatulência entre o prato principal e a sobremesa. E mesmo quando o namorado (a) lê com muita convicção o poema que escreveu para nós que, ao invés de acordar impulsos românticos, tem o mesmo efeito sobre nós, de tão mau que é, apesar de muito honesto, que um best of das melhores entradas em cena do Kramer num episódio especial do Seinfeld.
Que fazer nestas alturas em que rir não é, definitivamente, o melhor remédio?
Meaning, truques para não rir a bandeiras despregadas, desavergonhadas e mal educadas...
Picture this: reunião de vital importância e alguém, no meio de discurso acalorado lança um perdigoto, mais projéctil que outra coisa, de tal maneira abundante que praticamente ensopa a folha do infeliz interlocutor. Ou isto, encontrar no corredor de um qualquer edifício de escritórios uma pessoa (em frente à qual não nos podemos mesmo descoser, porque da natureza do seu cargo resulta, se contrariada, a possibilidade de materializar, com impressionante rapidez e eficácia, a assustadora imagem dos caixotes à porta com as tralhas todas que se foram acumulando), que, ao passar, cai estrondosamente no chão ou tropeça daquela maneira que me faz lembrar sempre o Chaplin. Ou ainda, primeiro jantar em casa dos futuros sogros e a sogra, abundante de carnes e amante de feijoada, se entrega, pensando que ninguém ouve ou cheira, à flatulência entre o prato principal e a sobremesa. E mesmo quando o namorado (a) lê com muita convicção o poema que escreveu para nós que, ao invés de acordar impulsos românticos, tem o mesmo efeito sobre nós, de tão mau que é, apesar de muito honesto, que um best of das melhores entradas em cena do Kramer num episódio especial do Seinfeld.
Que fazer nestas alturas em que rir não é, definitivamente, o melhor remédio?
O meu truque é pensar em coisas más, desgraças à telejornal da TVI, nos livros da Margarida Rebelo Pinto, na fome, na actual pança do Axl Rose, na guerra, na música da Kelly Key, em coisas que nos façam revirar o estômago e afastem qualquer possibilidade de que, naquela, situação, se venha a esboçar sequer a sombra de um sorriso, quanto mais uma valente gargalhada.
Tenho uma lista mental arrumada na secção “in case of emergency only”.
A secção sofreu um acréscimo.
Tenho uma lista mental arrumada na secção “in case of emergency only”.
A secção sofreu um acréscimo.
Depois dos últimos acontecimentos, quando quero evitar situações constrangedoras e não ceder à bela da gargalhada, penso no Dr. Alberto João Jardim.
Por isso, o meu muito obrigada por, com os seus comentários xenófobos execráveis (passe o pleonasmo), contribuir para a minha paz social.
Por isso, o meu muito obrigada por, com os seus comentários xenófobos execráveis (passe o pleonasmo), contribuir para a minha paz social.
Sabedoria de subúrbio americano (ou razões para se ver televisão, at all, quando já não houver Gato Fedorento)
[Bree has told Dr. Goldfine that she's going to ignore all her problems with Rex and stay with him]
Dr. Goldfine: Bree, how does this reconciliation have a chance if the two of you can't be honest about the innermost parts of your lives?
Bree: We're, um, WASPs, Dr. Goldfine. Not acknowledging the elephant in the room is what we do best.
(Bree Van de Kamp, doutorada na arte de manter as aparências e o penteado, Desperate Housewives)
Dr. Goldfine: Bree, how does this reconciliation have a chance if the two of you can't be honest about the innermost parts of your lives?
Bree: We're, um, WASPs, Dr. Goldfine. Not acknowledging the elephant in the room is what we do best.
(Bree Van de Kamp, doutorada na arte de manter as aparências e o penteado, Desperate Housewives)
Sabedoria cartoon I (ou razões para ainda se ver a SIC R. depois da saída dos Gatos Fedorentos)
Kyle: Stan, I thought those Afghan kids got you to hate America.
Stan: No, I Iearned something today, and it's that America is our home team, and if you don't want to root for the home team then get the hell out of the stadium.
(Kyle e Stan do genial Southpark)
Stan: No, I Iearned something today, and it's that America is our home team, and if you don't want to root for the home team then get the hell out of the stadium.
(Kyle e Stan do genial Southpark)
Pequenas grandes diferenças...
De dois partidos, outrora coligados, sobre a imigração.
"Rigor na entrada, generosidade no acolhimento."
"Rigor na entrada, tolerância no acolhimento."
"Rigor na entrada, generosidade no acolhimento."
"Rigor na entrada, tolerância no acolhimento."
Bater no ceguinho...
Bem sei que é comum falar-se bem de quem morreu ou apiedar-se daqueles a quem a Deusa da fortuna não agraciou.
Confesso que não tenho problema nenhum em "bater no ceguinho", digo ceguinho como poderia dizer morto, uma vez que desde o passado 4 de Julho - data tão ironicamente Americana! - que o Barnabé está impedido de ripostar por ter batido as botas.
É verdade que o defunto marcou a Blogoesfera portuguesa, mais que não seja por ter sido o primeiro blog sem sexo explícito a ser publicado em livro. Mas verdade verdadinha, só a ditada pela sabedoria popular:
"A verdade - a par da bosta - vem sempre ó de cima" (este "ó de cima" é parte integrante do dito popular)
O Barnabé foi conhecido como um blogue político, defensor de ideais canhotos mas tolerantes. Um Blogue que se confessava instigador do debate e defensor do ser humano enquanto ser pensante e capaz (de gerar vida). Um blogue que disse aceitar toda a esquerda, assumindo-se por isso um blogue plural. Na verdade soubemos pelo médico que procedeu à autópsia que o falecido pôs fim à própria vida, mas este avançou-nos ainda o facto de o decujus ter contraído cancro democrático nos últimos meses e que este alastrara já para diversos órgãos vitais. Dani, responsável pelo morte do conhecido blogue, em recentes declarações à imprensa nacional, expressou bem a maleita que a vítima padecia:
"-O Barnie estava cada vez mais com os sintomas de uma doença seríssima. Toda a gente sabia que no Becas podíamos divergir, mas com limites. Toda a gente sabe que eu não gostava do que um dos putos andava a escrevinhar, então vi-me na obrigação de o ensinar outra vez a pensar... como não consegui não tive outra alternativa que não humilhá-lo em público. Foi a única maneira de me sobrepor a um miúdo que não parava de postar... parecia que estava com cio blogoesférico! Se eu seguisse os trâmites previstos e lhe chamasse a atenção através da mailing list privada, criada e acordada para as divergências, nunca mais me safava.
-Mas como isso tudo estava a corromper e corroer o Barnas, resolvi poupá-lo a esse sofrimento"
Depois deste testemunho fundamental para perceber a mortis-causa, a bosta - aliás, a verdade - é que parece que o defunto se esqueceu de levar a moedinha para o Caronte ou mesmo os 3 ossinhos para o Cérbero, uma vez que ainda paira sobre nós habitantes da blogoesfera, tendo assumido a forma de caixa de comentários social.
"[Os comentários ficam abertos, sem necessitar de registo.]" http://barnabe.weblog.com.pt/
(GMM, sff, gracias)
Rui, criador da dita, é conhecido como um bom postador, reconhecem-lhe a graça e a capacidade na escrita. Diz-se até que de todos os escribas, foi quem saíu melhor. Resolvemos entrevistar um traseunte que se expressou da seguinte forma:
"-Estou certo que ele adorou essa novela. Viu tudo de camarote, armou-se em Rei Salomão e ainda por cima teve direito a uma masturbação colectiva à pala dos elogios que lhe faziam. E aquela caixa de comentários!? Aquilo um receptáculo de lubrificante para as suas sessões nocturnas de ego-masturbação!"
Nisto mete-se a noiva do dito traseunte:
"-Não é nada, aquilo é mas é o livro de reclamações!"
As opiniões são de facto como os chapéus do conhecido filme e, na opinião do humilde signatário, o presente que o Rui deixou para trás, não é mais do que uma caixa de aplausos, a fazer crer que a serem em número suficiente talvez a banda filarmónica volte.
A ver vamos, como diz o cego.
Confesso que não tenho problema nenhum em "bater no ceguinho", digo ceguinho como poderia dizer morto, uma vez que desde o passado 4 de Julho - data tão ironicamente Americana! - que o Barnabé está impedido de ripostar por ter batido as botas.
É verdade que o defunto marcou a Blogoesfera portuguesa, mais que não seja por ter sido o primeiro blog sem sexo explícito a ser publicado em livro. Mas verdade verdadinha, só a ditada pela sabedoria popular:
"A verdade - a par da bosta - vem sempre ó de cima" (este "ó de cima" é parte integrante do dito popular)
O Barnabé foi conhecido como um blogue político, defensor de ideais canhotos mas tolerantes. Um Blogue que se confessava instigador do debate e defensor do ser humano enquanto ser pensante e capaz (de gerar vida). Um blogue que disse aceitar toda a esquerda, assumindo-se por isso um blogue plural. Na verdade soubemos pelo médico que procedeu à autópsia que o falecido pôs fim à própria vida, mas este avançou-nos ainda o facto de o decujus ter contraído cancro democrático nos últimos meses e que este alastrara já para diversos órgãos vitais. Dani, responsável pelo morte do conhecido blogue, em recentes declarações à imprensa nacional, expressou bem a maleita que a vítima padecia:
"-O Barnie estava cada vez mais com os sintomas de uma doença seríssima. Toda a gente sabia que no Becas podíamos divergir, mas com limites. Toda a gente sabe que eu não gostava do que um dos putos andava a escrevinhar, então vi-me na obrigação de o ensinar outra vez a pensar... como não consegui não tive outra alternativa que não humilhá-lo em público. Foi a única maneira de me sobrepor a um miúdo que não parava de postar... parecia que estava com cio blogoesférico! Se eu seguisse os trâmites previstos e lhe chamasse a atenção através da mailing list privada, criada e acordada para as divergências, nunca mais me safava.
-Mas como isso tudo estava a corromper e corroer o Barnas, resolvi poupá-lo a esse sofrimento"
Depois deste testemunho fundamental para perceber a mortis-causa, a bosta - aliás, a verdade - é que parece que o defunto se esqueceu de levar a moedinha para o Caronte ou mesmo os 3 ossinhos para o Cérbero, uma vez que ainda paira sobre nós habitantes da blogoesfera, tendo assumido a forma de caixa de comentários social.
"[Os comentários ficam abertos, sem necessitar de registo.]" http://barnabe.weblog.com.pt/
(GMM, sff, gracias)
Rui, criador da dita, é conhecido como um bom postador, reconhecem-lhe a graça e a capacidade na escrita. Diz-se até que de todos os escribas, foi quem saíu melhor. Resolvemos entrevistar um traseunte que se expressou da seguinte forma:
"-Estou certo que ele adorou essa novela. Viu tudo de camarote, armou-se em Rei Salomão e ainda por cima teve direito a uma masturbação colectiva à pala dos elogios que lhe faziam. E aquela caixa de comentários!? Aquilo um receptáculo de lubrificante para as suas sessões nocturnas de ego-masturbação!"
Nisto mete-se a noiva do dito traseunte:
"-Não é nada, aquilo é mas é o livro de reclamações!"
As opiniões são de facto como os chapéus do conhecido filme e, na opinião do humilde signatário, o presente que o Rui deixou para trás, não é mais do que uma caixa de aplausos, a fazer crer que a serem em número suficiente talvez a banda filarmónica volte.
A ver vamos, como diz o cego.
terça-feira, julho 05, 2005
Da clarividência acidental (ou post sobre tanta coisa que parece ser sobre (o) nada)
Arrumei as coisas mesmo antes de saber que ia.
Acaso tivesse sido interrogada sobre a conveniência de ir ou ficar, ela decidir-se-ia sempre pelo riscar do anterior, pela conveniência do ir.
Pelo inimputável começar de novo. Há gente que não sabe ter passado. Os políticos têm sempre passado, um passado construído, claro está. Aqui, todos foram combatentes antifascistas. Para Kundera, isso é o kitsch. Aquela palavra alemã que aqui, e para Kundera, não está aplicada naquele sentido mais comum.
Ela não era kitsch porque tinha má memória.
E também não era vítima de um passado construído. Nunca combateu o fascismo.
(Já nem sabia bem o que era isso, disseram-lhe que Salazar não era fascista, que o fascismo nunca existiu em Portugal. Pensou em todos os políticos que ficavam sem o seu kitsch e o seu passado construído porque tinham andado a combater o nada.)
A memória é um acessório limitado às três horas anteriores, ao que se lê nos livros, e aos melhores orgasmos.
Ele disse que ela era egoísta, que nunca se lembrava dele. Só que o que ele não sabia (ou preferia não saber) é que ela tinha má memória, ou melhor, memória selectiva pincelada por ocasionais surtos de clarividência acidental que, mal interpretados, poderiam ser tomados como perigosas premonições.
Estava a salvo dos espíritos mais incautos e precipitados porque não se chamava Cassandra.
Lembrou-se de arrumar as coisas antes mesmo de saber que ia, mas raramente se lembrava de ligar.
Acaso tivesse sido interrogada sobre a conveniência de ir ou ficar, ela decidir-se-ia sempre pelo riscar do anterior, pela conveniência do ir.
Pelo inimputável começar de novo. Há gente que não sabe ter passado. Os políticos têm sempre passado, um passado construído, claro está. Aqui, todos foram combatentes antifascistas. Para Kundera, isso é o kitsch. Aquela palavra alemã que aqui, e para Kundera, não está aplicada naquele sentido mais comum.
Ela não era kitsch porque tinha má memória.
E também não era vítima de um passado construído. Nunca combateu o fascismo.
(Já nem sabia bem o que era isso, disseram-lhe que Salazar não era fascista, que o fascismo nunca existiu em Portugal. Pensou em todos os políticos que ficavam sem o seu kitsch e o seu passado construído porque tinham andado a combater o nada.)
A memória é um acessório limitado às três horas anteriores, ao que se lê nos livros, e aos melhores orgasmos.
Ele disse que ela era egoísta, que nunca se lembrava dele. Só que o que ele não sabia (ou preferia não saber) é que ela tinha má memória, ou melhor, memória selectiva pincelada por ocasionais surtos de clarividência acidental que, mal interpretados, poderiam ser tomados como perigosas premonições.
Estava a salvo dos espíritos mais incautos e precipitados porque não se chamava Cassandra.
Lembrou-se de arrumar as coisas antes mesmo de saber que ia, mas raramente se lembrava de ligar.
segunda-feira, julho 04, 2005
domingo, julho 03, 2005
Da contra-réplica...
Bem sei que um jornalista não precisa de ter formação jurídica, mas não acredito que não exista na redacção pelo menos um CPC à mão...
"O processo foi instaurado em Março deste ano, após o corte de relações entre advogados e clientes. E já terminou a fase de alegações escritas (composta por petição inicial, contestação, réplica e contra-réplica). Cabe agora à juíza da 4.ª Vara Cível de Lisboa definir os aspectos provados e quais serão discutidos em julgamento."
http://semanal.expresso.clix.pt/1caderno/pais.asp?edition=1705&articleid=ES182824 (dada a incapacidade em "linkar" a citação vi-me obrigado a fazê-lo à moda antiga!)
P.S.- De louvar não só a criatividade no que respeita à terminologia jurídica, mas também a - ainda que absolutamente necessária, nem sempre presente no jornalismo português - isenção da peça.
"O processo foi instaurado em Março deste ano, após o corte de relações entre advogados e clientes. E já terminou a fase de alegações escritas (composta por petição inicial, contestação, réplica e contra-réplica). Cabe agora à juíza da 4.ª Vara Cível de Lisboa definir os aspectos provados e quais serão discutidos em julgamento."
http://semanal.expresso.clix.pt/1caderno/pais.asp?edition=1705&articleid=ES182824 (dada a incapacidade em "linkar" a citação vi-me obrigado a fazê-lo à moda antiga!)
P.S.- De louvar não só a criatividade no que respeita à terminologia jurídica, mas também a - ainda que absolutamente necessária, nem sempre presente no jornalismo português - isenção da peça.
365 fugas!!!
Ao A Arte da Fuga, muitos parabéns pelo 1.º aniversário!
[Teorema de Pitágoras]
P.S: Posta com 1h06 de atraso!
sexta-feira, julho 01, 2005
Feira do Sexo
Não faço ideia que nome lhe deram no cartaz, para mim é a feira do sexo... e sim, confesso, fui um dos 10 mil que foram à FIL ver o que é que se faz em Portugal no que respeita à Indústria do baixo ventre.
Enganam-se aqueles que esperam algo semelhante a uma FIL-carros com meninas - ainda - mais descascadas, ou uma organização e oferta ao nivel da velhinha Nauticampo... no fundo pagamos 20 euros para ver sexshops em barracas de arraial (por momentos apeteceu-me tirar a peúga, enrola-la e fazer pontaria aos vibradores... azar, estava de xanatas!) e mulheres bonitas a fazerem strips de 5 em 5 minutos.
Não é que esta última actividade não me interesse (eu também subscrevo o que GMM disse infra), no entanto sou da opinião que o striptease à semelhança do snooker, deve ter lugar em ambientes escuros, sob um intenso nevoeiro de tabaco e com luminusidade na razão inversa. Mas ainda mais importante que este ambiente soturno é a atitude. Num bar de strip, como num salão de jogos à antiga, existem cumplicidade e clandestinidade masculina. O que não pode existir são outras mulheres que não as intocáveis e desejáveis "dançarinas exóticas", nem tão-pouco máquinas fotográficas digitais com 9.0 mega pixeis e coisa-que-o-valha!
Sim, é uma feira.
Sem nível, sem organização, sem requinte, sem erotismo, mas com GAJAS!!
Em suma, pornochachada até não se aguentar mais.
Enganam-se aqueles que esperam algo semelhante a uma FIL-carros com meninas - ainda - mais descascadas, ou uma organização e oferta ao nivel da velhinha Nauticampo... no fundo pagamos 20 euros para ver sexshops em barracas de arraial (por momentos apeteceu-me tirar a peúga, enrola-la e fazer pontaria aos vibradores... azar, estava de xanatas!) e mulheres bonitas a fazerem strips de 5 em 5 minutos.
Não é que esta última actividade não me interesse (eu também subscrevo o que GMM disse infra), no entanto sou da opinião que o striptease à semelhança do snooker, deve ter lugar em ambientes escuros, sob um intenso nevoeiro de tabaco e com luminusidade na razão inversa. Mas ainda mais importante que este ambiente soturno é a atitude. Num bar de strip, como num salão de jogos à antiga, existem cumplicidade e clandestinidade masculina. O que não pode existir são outras mulheres que não as intocáveis e desejáveis "dançarinas exóticas", nem tão-pouco máquinas fotográficas digitais com 9.0 mega pixeis e coisa-que-o-valha!
Sim, é uma feira.
Sem nível, sem organização, sem requinte, sem erotismo, mas com GAJAS!!
Em suma, pornochachada até não se aguentar mais.
Declaração
Não posso deixar de considerar este post da INF totalmente despropositado. Lamento, sinceramente, que as minhas preferências sexuais sejam tornadas públicas assim como quem compra 200 gr. de fiambre da pá: sem mais, nem menos. Sei que, por acto de terceiro, acabei por desiludir as poucas pessoas que lêem este Blog. Todas elas, que concerteza já tinham constatado, pelo menos por aquilo que escrevo, que eu era heterossexual, têm todos os motivos e mais alguns para se sentirem defraudadas. O mínimo que poderiam exigir, era uma declaração do visado que confirmasse as suas suspeitas. No entanto, e apesar da INF ter arruinado esse momento, declaro para os devidos efeitos que gosto de gajas (ao melhor estilo de INF). Estou há muitos anos a tentar ganhar coragem para o revelar, pois não é fácil fazê-lo nesta sociedade injusta e cruel. O dia-a-dia de um heterossexual é isto mesmo. Não há dia em que não me apontem o dedo e digam, com aquele ar de gozo irritantemente superior, "olha, lá vai aquele heterossexual" ou outros mimos do género. Fui ouvindo, ouvindo, ouvindo, até que achei que devia revelar o meu segredo mais íntimo. A INF, em 5 minutos, estragou tudo! Mesmo assim assumo. É verdade, sou heterossexual e tenho muito orgulho nisso. Bem sei que, a partir deste momento, nada será como dantes. Vai começar em casa, passa pelo escritório, e acaba na rua: vou ser discriminado, mas vou lutar com todas as minhas forças para que isso não afecte a minha vida.
Sinto-me como aqueles senhores descritos infra: fiquei sentadinho numa salinha e esperei que a INF, o Poirot da blogosfera, descobrisse a minha careca.
P.S: A ficção nacional é uma merda, e confirmo que só vejo as telenovelas da TVI pelas musas abaixo enumeradas.
Sinto-me como aqueles senhores descritos infra: fiquei sentadinho numa salinha e esperei que a INF, o Poirot da blogosfera, descobrisse a minha careca.
P.S: A ficção nacional é uma merda, e confirmo que só vejo as telenovelas da TVI pelas musas abaixo enumeradas.
Argumentos curvilíneos
Tendo sido inquirida sobre a algo inusitada predilecção do GMM por telenovelas da TVI, apresso-me a esclarecer que o meu “fellow blogger” tem outros argumentos para gostar das “xaropadas” das telenovelas.
Quando o GMM usufrui do repouso do lar, cercado de pizzas e asinhas de frango, e a postos para ver um episódio especial da xaropada, desculpem, mais um ex libris da ficção nacional, não é porque “O Dr. António Paiva Calado (acho que tem um "de" algures), vilão a tempo inteiro, vai ser assassinado.”
E não é certamente pelo entusiasmo de andar a escrevinhar uma lista de suspeitos.
Para usar uma expressão que se vem tornando costumeira na blogosfera: break me a fucking give (versão Yoda by P.M.) ou give me a fucking break.... ! (E não, não se seguem apelos ao recurso à prostituição como paliativo do stress.)
O “Ninguém como tu” não é escrito pela Agatha Christie... Não se trata daqueles exercícios à Poirot para tentar descobrir, de entre dez candidatos plausíveis a assassino impiedoso, qual deles quase cometeu o crime perfeito. Não se trata aqui de perscrutar as intenções dos vários suspeitos, analisar as provas forenses, afagar o bigodinho e reuni-los numa sala à espera do veredicto final.
(A propos, sempre achei estranho que os assassinos se sentassem placidamente numa salinha à espera que o Poirot lhes descobrisse a careca...De alguém capaz de matar esperar-se-ia uma atitude mais combativa...)
Nada disso, substitua-se Dr. António Paiva Calado por Alexandra Liliana Sofia Benedita (sem de pelo meio) e chega-se à verdade... Os argumentos são outros e bem mais torneados.
O GMM não perscruta as intenções, os desejos reprimidos, as ânsias de vingança, ou as motivações económicas dos presumíveis homicidas.Perscruta antes as intenções que se adivinham no decote da Alexandra, os desejos que reprime em relação à Sofia, sente-se vingado do dia de cão no escritório quando a Liliana lhe faz lembrar aquele número da maxmen, e pensa que a Benedita é, sob diversos pontos de vista, uma rapariga muitíssimo abastada.
Desenganem-se os que pensam que o GMM é um adepto da ficção nacional.
Ele gosta é de gajas.