Um post à Rodrigo Moita de Deus ou coisas simples que (também) eu não consigo entender!
Associo-me à Lux no desagrado relativamente às expressões tipicamente usadas por pessoas que não conhecemos de parte alguma mas que, pelos vistos, têm pretensões a tal. O uso das expressões indicadas neste post é, infelizmente, recorrente. Lamentavelmente, há dezenas de expressões deste género que conseguem irritar o mais pacífico dos seres. Por exemplo, “jovem”. É comum, nos “coffee breaks” que gentilmente me concedem, sair do escritório para beber um café, uma coca-cola ou trincar um bolo qualquer. Mal me aproximo do balcão, sou abordado por um simpático funcionário do estabelecimento em causa que pergunta “então jovem, o que vai ser?”. Se a expressão é irritante, torna-se pornográfica quando é utilizada por uma pessoa muito mais nova que nós. De facto, dá vontade de responder “queria um café e um pastel de nata, seu espermatozóide/óvulo/material orgânico em geral. Mas não. Aquele “jovem” foi utilizado com tanta delicadeza e simpatia que não queremos passar por mal-educados e limitamo-nos a pedir o café e o pastel de nata sem mais.
Outra das coisas que me perturba seriamente é que se dirijam a mim na 2.ª pessoa do singular sem qualquer razão aparente. Imaginem uma comum sala de espera de uma qualquer repartição de finanças. Passadas 2 horas, somos finalmente atendidos, expomos as nossas dúvidas, esclarecem as mesmas como que por mnemónica e acabam por pedir qualquer coisa do género “importas-te de assinar aqui, sff?”. Neste caso de particular mau gosto, reagimos por instinto e utilizamos um qualquer “chavão” que aprendemos na idade do armário, como “desculpe, mas conhece-me de algum lado para me tratar por tu? Por acaso andou comigo na escola?”. Ao utilizar uma artimanha deste tipo podemos ter azar. De facto, pode acontecer que a funcionária pública não alcance o sentido da pergunta e, sem olhar para nós, replique com algo do género “porquê, também andaste na Fonseca de Benevides?”. Num momento como este há duas reacções possíveis: ou ignoramos e aceitamos a derrota, ou então agradecemos às alminhas por não ter frequentado a tal Fonseca de Benevides. Este é um risco que temos que correr quando vamos a uma repartição de finanças ou quando temos um blogue com caixas de comentários.
Por outro lado, há uma expressão que, de tão enigmática que é, tem levantado sérias dúvidas quanto à sua correcta interpretação: “beto”. Esta foi, provavelmente, a palavra com que se me dirigiram mais vezes, quase tantas como pelo meu nome próprio. Infelizmente, e uma vez que as pessoas que utilizam este tipo de expressão não têm, por regra, um ar minimamente amigável, optamos sempre por não teorizar sobre a adequabilidade da expressão, evitando assim problemas de maior para a nossa integridade física. De facto, ao ouvir coisas como “beto, passa para cá o dinheiro” passando pelo “o beto é fixe, não lhe batam mais e vamos bater no beto que está ao lado dele” e acabando no “vamos embora, isto está cheio de betos”, cheguei a pensar que todos nós nos chamávamos Alberto ou Roberto, mas que aquelas pessoas já tinham escolhido um petit-nom mais carinhoso.
Por fim, repugna-me cumprimentar uma pessoa qualquer que me foi apresentada e essa pessoa retorquir anunciando o seu nome e acrescentando um simples “prazer”. Nas primeiras vezes em que me encontrei nesse tipo de situações, achei que se tratava de uma proposta de cariz explicitamente sexual, como quem diz “olá, eu sou a Joana e quero possuir-te barbaramente” ou, simplesmente, “prazer”. E se não nos apetecer? Podemos responder com um simpático “agora não, muito obrigado” ou “talvez mais tarde, quando já estiver suficientemente enfrascado de whiskey”, dependendo da pessoa que está à nossa frente?
Continuo a ter as minhas dúvidas e continuo a irritar-me diariamente.
Outra das coisas que me perturba seriamente é que se dirijam a mim na 2.ª pessoa do singular sem qualquer razão aparente. Imaginem uma comum sala de espera de uma qualquer repartição de finanças. Passadas 2 horas, somos finalmente atendidos, expomos as nossas dúvidas, esclarecem as mesmas como que por mnemónica e acabam por pedir qualquer coisa do género “importas-te de assinar aqui, sff?”. Neste caso de particular mau gosto, reagimos por instinto e utilizamos um qualquer “chavão” que aprendemos na idade do armário, como “desculpe, mas conhece-me de algum lado para me tratar por tu? Por acaso andou comigo na escola?”. Ao utilizar uma artimanha deste tipo podemos ter azar. De facto, pode acontecer que a funcionária pública não alcance o sentido da pergunta e, sem olhar para nós, replique com algo do género “porquê, também andaste na Fonseca de Benevides?”. Num momento como este há duas reacções possíveis: ou ignoramos e aceitamos a derrota, ou então agradecemos às alminhas por não ter frequentado a tal Fonseca de Benevides. Este é um risco que temos que correr quando vamos a uma repartição de finanças ou quando temos um blogue com caixas de comentários.
Por outro lado, há uma expressão que, de tão enigmática que é, tem levantado sérias dúvidas quanto à sua correcta interpretação: “beto”. Esta foi, provavelmente, a palavra com que se me dirigiram mais vezes, quase tantas como pelo meu nome próprio. Infelizmente, e uma vez que as pessoas que utilizam este tipo de expressão não têm, por regra, um ar minimamente amigável, optamos sempre por não teorizar sobre a adequabilidade da expressão, evitando assim problemas de maior para a nossa integridade física. De facto, ao ouvir coisas como “beto, passa para cá o dinheiro” passando pelo “o beto é fixe, não lhe batam mais e vamos bater no beto que está ao lado dele” e acabando no “vamos embora, isto está cheio de betos”, cheguei a pensar que todos nós nos chamávamos Alberto ou Roberto, mas que aquelas pessoas já tinham escolhido um petit-nom mais carinhoso.
Por fim, repugna-me cumprimentar uma pessoa qualquer que me foi apresentada e essa pessoa retorquir anunciando o seu nome e acrescentando um simples “prazer”. Nas primeiras vezes em que me encontrei nesse tipo de situações, achei que se tratava de uma proposta de cariz explicitamente sexual, como quem diz “olá, eu sou a Joana e quero possuir-te barbaramente” ou, simplesmente, “prazer”. E se não nos apetecer? Podemos responder com um simpático “agora não, muito obrigado” ou “talvez mais tarde, quando já estiver suficientemente enfrascado de whiskey”, dependendo da pessoa que está à nossa frente?
Continuo a ter as minhas dúvidas e continuo a irritar-me diariamente.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home