terça-feira, maio 24, 2005
segunda-feira, maio 23, 2005
Alívio
Long life to geraldo!!!
Festa II
Festa
quinta-feira, maio 19, 2005
quarta-feira, maio 18, 2005
Contagem Decrescente
Há quem critique a visão algo maniqueísta do mundo que se apresenta nos filmes. Não, não são o Blade Runner nem o 2001- Odisseia no Espaço. Nem pretendem ser. São entretenimento puro e duro, para durar gerações e render milhões em merchandising.
Miniaturas de Ewoks, do R2, do Yoda, do Darth Vader.
Ok, a qualidade interpretativa nem sempre é a melhor e o Ataque dos Clones ficou um pouco aquém do desejado. Hayden Christensen é uma carinha laroca (muito laroca indeed) mas tem a densidade dramática de uma rã. Não faz mal, estava lá o Yoda (sempre a voz do Frank Oz) e o Samuel L. Jackson e o Ewan Macgregor para segurarem o filme. Mas, ainda que nenhum dos filmes da série tenha momentos de qualidade interpretativa para garantir óscares, está lá o mais importante, a visão de Lucas. Sempre a visão de Lucas.
E é essa visão que faz milhões de pessoas acorrerem ao cinema para verem um filme quando já conhecem bem o final da história, quando já sabem quem é que passa para o outro lado, quem é filho de quem, quem morre e quem vive. Porque a visão de Lucas é, mais do que uma máquina de fazer dinheiro imparável, única.
The Revenge of the Sith é o último dos seis filmes. Em bom rigor, é o terceiro. E, segundo alguns, o melhor. Depois disto não há grande espaço para mais sequelas e prequelas.
Promete-se adenda a este post após o visionamento do filme.
Para terminar, sneak preview, via New York Times sobre um dos diálogos:
Darth Vader: “If you’re not with me, you are my enemy”
Obi-wan : "Only a Sith thinks in absolutes."
Acho que vou começar a referir-me “carinhosamente” ao líder do mundo livre como George Sith Bush...
terça-feira, maio 17, 2005
Paraíso dos Procrastinadores
- Não. Temos até ao final do mês.
- E o IRS? Olha que o prazo é hoje.
- Não é nada. Foi prorrogado.
- A sério?
- Até dia 25.
- Então, dia 24 por volta das 23:45 lá nos encontramos para preencher a declaração?
- Combinado!
Já dizia o outro que há duas coisas certas na vida: a morte e os impostos.
Em Portugal, há mais outra: a prorrogação dos prazos.
Ou não sofrêssemos todos da patologia da procrastinação...
sexta-feira, maio 13, 2005
Muitos Parabéns...
Plágio involuntário (ao melhor estilo de Gomes da Silva)
Razão vs Razoabilidade
A Igreja é feita por homens e por isso mesmo fecunda em erros. Paradoxalmente ou não, é aí que reside a sua força, uma vez que a misericórdia divina é infinita e o culto do perdão - e não do pecado como muitos gostam de pensar - é uma pedra basilar da Igreja.
Mesmo assim, INF compreendo a tua consternação.
Há 89 anos atrás...
Nossa Senhora do Rosário de Fátima,
Salvai-nos, salvai Portugal e o Mundo inteiro.
quinta-feira, maio 12, 2005
O argumento que faltava...
Passo a reproduzir a notícia do Público:
Les miserables
No entanto, esta curta viagem transformou-se num pesadelo sem fim, provocado por um “diálogo”, no mínimo, sui generis. Parados no semáforo da Rua de S. Bento, com as suas intermináveis filas, o condutor “abriu o livro”:
Condutor: Isto é uma vergonha, carrinhas paradas a descarregar. Uma falta de respeito pelos outros condutores...
Eu: Pois...
Condutor: Realmente, este País está num estado miserável. Se eu tivesse mil contos para investir aqui, não investia...
Eu: Pois...
Condutor: Isto é tudo corrupto, são todos uns porcos e vocês, jovens, estão completamente “fornicados”...
Eu (apesar de odiar a expressão “jovem”): Pois...
Condutor (já rangia os dentes e deixava escapar saliva compulsivamente pelos cantos da boca): Isto só andava com uma revolução, mas uma revolução à séria, eu cortava-lhes o pescoço ali na Avenida...
Eu (completamente em pânico): Pois...
Condutor: Isto é uma injustiça. Matava-os a todos...
Eu (quase a chorar): Pois...
quarta-feira, maio 11, 2005
It's a dirty job but someone's got to do it...
Talvez fosse evocando semelhante factualidade que o Tulius pensou na curiosa expressão "sexualmente hiperactivo com espiríto de coleccionador".
terça-feira, maio 10, 2005
Atraso habitual
Quem me conhece sabe que me atraso recorrentemente. Durante muito tempo fi-lo angustiado, hoje assumi que não é propriamente uma falha, é antes um excesso de diligência em tudo o que preciso fazer antes de honrar o compromisso assumido, seja passear o cão ou ver televisão.
Mas como a sabedoria popular é soberana, mais vale tarde que nunca!
Dizia a minha amiga INF que o meu igualmente amigo LTN acha que as mulheres devem ser encarceradas quando fazem um aborto...
Não sei se estas foram as suas palavras, mas gostava de acreditar que não.
Eu não sou a favor da despenalização do aborto (pronto já disse!), mas também não me considero porta-voz de nenhum grupo, comunidade, organização ou civilização, logo não me sinto legitimado para condenar ou deixar de condenar quem não concorda comigo.
Se sou a favor da penalização do aborto tal como está? Sim, sou. (agora também já ‘tá!).
Todavia, como é óbvio, não pretendo com isto dizer que as mulheres que sofrem uma interrupção voluntária da gravidez (IVG) devam ser "encarceradas"... aqui não há quereres.
Eu acredito que a IVG é um trauma tremendo para o corpo e para o espírito. No entanto, se a IVG for bem executada o corpo sofre pouco ou quase nada (não interessa aqui discutir se é assim por ser feito em Espanha ou não, é uma tolice, há clínicas a fazer IVG em Portugal tão bem como o Ibérico faz implantes mamários!), o que a qualidade da intervenção não diminui é o trauma do espírito ou, se preferirem, o trauma psicológico.
Para mim a IVG, quando precedida de um trauma psicológico (em sentido amplo, sff) cai naturalmente num dos casos que excluem a ilicitude ou a culpa previstos no Código Penal. Assim, uma senhora, rapariga ou criança que sofra uma IVG, avaliado que é o caso concreto no Tribunal, acabaria por não vir a ser propriamente condenada.
A questão torna-se, para mim, mais complicada nos casos em que, por falta de respeito pelo próprio corpo e pela fecundação ou gestação (dependendo do credo ou opinião) enquanto criadoras de vida, uma rapariga ou senhora (as crianças são inimputáveis) resolve fazer da IVG a sua forma preferencial de planeamento familiar. Aí, estou plenamente de acordo que deveriam ser condenadas. Contudo, é importante ter presente que uma condenação não implica necessariamente uma medida privativa da liberdade. A Arguida pode ser condenada em multa ou receber uma suspensão da pena privativa da liberdade, ou melhor ainda, pode ser condenada em trabalhos em prol da comunidade, por exemplo em centros de apoio à grávida ou à criança. Caso a grau de culpa seja considerado diminuto e atentas as circunstâncias, a Arguida pode mesmo receber uma simples admoestação do Tribunal.
Quanto à questão do celebérrimo cadastro, bastaria um simples requerimento para que este crime não ficasse inscrito no mesmo, com o fundamento de foro da vida privada e sujeição a um estigma completamente desnecessário para o cumprimento do fins a que o Direito Penal se propõe.
Importa falar da co-autoria, e da pobre da senhora enfermeira ou médico que executam a IVG... coitadinhos, ganham 200 ou 500 € pela maçada. Fazem-no com o mais completo desrespeito pela vida que pelo menos o segundo jurou proteger e a primeira tem pelo menos o dever de não ofender. O único objectivo dessas pessoas (sob pena da análise in casu) é obter uma vantagem patrimonial, muitas vezes colocando em risco a saúde da paciente.
Para finalizar, esta conversa toda vale o que vale, ou seja nada!Como disse em cima não represento nada nem ninguém, muitas vezes nem sequer a mim me represento, mas confesso que nesta altura do campeonato acho não se pode alterar uma lei que tanta volta tem dado na opinião publicada sem se consultar a opinião pública. Aquela que há uns anos atrás decidiu maioritariamente pelo não ou, numa clara demonstração da tolice que era modificar o que está bem... nem sequer saiu de casa ou mudou planos para votar no que quer que fosse. Segundo a minha óptica nesse referendo a resposta não foi um não, foram dois!
sexta-feira, maio 06, 2005
Causas e Consequências do alheamento futebolístico
Não há passe que me fascine, não há golo que me leve ao delírio, não há clube que me mereça especial atenção (embora me tenha sido atribuído, assim que nasci, um cartão de sócia de um dos grandes...supostamente, essa discussão de quem é o maior ultrapassa-me largamente).
Sofro de uma síndrome com tendências duradouras (e sem características endémicas, tranquilizem-se) cujas causas e consequências são, grosso modo, as seguintes:
Causas, Não estou aí para virada e sou uma confessada ignorante em matérias futebolísticas. Tenho extrema dificuldade em deslindar exactamente quantos campeonatos decorrem ao mesmo tempo. Saber de que cor são os olhos do Beckam não é suficiente para fazer de mim uma entendida. ( E ser mulher? Não, definitivamente não é uma causa. Muitas há, e LTN, GMM e AMJ conhecem uma mulher, pelo menos uma, que desmentem por completo a teoria de que as mulheres não podem ser fanáticas por futebol.)
Consequências, Enquanto toda a gente festeja eu não tenho motivos para festejar. Não tenho a desculpa para a habitual pausa de meia hora no trabalho para falar do jogo da noite anterior. Não tenho mesmo desculpa para beber uns copos a mais porque ganhei, ou, porque perdi. Não descarrego as frustrações de forma saudável aos gritos num estádio. Não posso insultar a mãe de alguém e sair impune. Nunca sei quando é fora e quando é canto. O meu estado é um estado desinteressante, enquanto uns se alegram e outros se enfurecem, eu fico anacronicamente indiferente. Não possuo o conhecimento enciclopédico e transnacional dos nomes de todos os jogadores, treinadores e equipas no activo e ainda os nomes de todos os jogadores, treinadores e equipas que já se reformaram há vinte anos . Sim, porque há quem não decore a tabuada mas saiba o plantel de todas as equipas europeias. Não posso discutir passes e transferências ao almoço e tenho que esperar que a hora dos comentários ao futebol acabe, desejando ardentemente que não comece a dos carros (com a clássica parafernália de números e de letras para identificar modelos) para poder dizer duas seguidas. Não sou invadida por sentimentos altruístas de felicidade demonstrados com grande exuberância, basicamente porque desconheço a experiência de ficar eufórica porque uns senhores quaisquer que ganham rios de dinheiro mensalmente vão ganhar ainda mais rios de dinheiro porque ganharam uma competição. Não, não sou capaz de ficar feliz pelos outros dessa maneira. Não tenho sentimentos de pertença a uma comunidade de seis milhões (ou lá quantos são os benfiquistas!) que pugnam por um mesmo objectivo. Não posso odiar, irracional e alegremente, os restantes quatro milhões. Há uma redução no potencial dos “fashion statements”, se me visto de encarnado é porque sim, o mesmo se diga do verde, do azul e do xadrez .
Fim de tarde
Quem te avisa...
quinta-feira, maio 05, 2005
Paracuca é com ginguba
Pois, Rodrigo, paracuca é com ginguba, vulgo amendoim.
Não se trata do fruto de uma árvore africana exótica ainda por catalogar ou descobrir. É bem menos insondável.
Nothing but the plain, old, simple peanuts…
Nasci em Angola, mas desde já adianto que nunca ouvi tal explicação, essa de que a para-cuca é uma homenagem à cerveja cuca...Já se fazia e comia nos tempos da minha avó e não sei se já havia a tal cerveja.
O meu desenraizamento progressivo talvez não me permita duvidar da sabedoria dos que por ainda lá estão, mas arrisco o palpite de que a explicação tenha sido, digamos, e fazendo jus ao “joie de vivre” do angolano típico, inventada na hora...
E se lhe perguntassem se queria ginguba o que diria? Diria que sim, com certeza.
Ginguba é o mesmo que amendoim. Assim como geleira é o mesmo que frigorífico e maka é um problema e kamba é amigo.
Assim como machimbombo é o mesmo que autocarro e gindungo o mesmo, ou quase, que piri-piri.
Aqui, cautelas são necessárias para os não autóctones, o gindungo é mesmo fogo!
Também eu tenho saudades.
As minhas memórias têm cheiro e sabor.
O cheiro absolutamente inconfundível de Angola e daquela terra cor de fogo.
E o sabor da paracuca, com ginguba.
Agradecimento
Tantos Picos...
Eu próprio fiquei abismado e boquiaberto com o "tuga" que deu um ar da sua graça no filme "a intérprete" (confesso que até me ri...), mas, alheando-me ao facto de – mais uma vez – os portugueses estarem relacionados com os trabalhos mais humildes, alheando-me o facto de – mais uma vez – o português, enquanto 3ª ou 4ª língua mais falada no mundo, ser desconhecida para os EUA e a ONU e alheando-me ainda ao facto de – mais uma vez – a África “Portuguesa” ser palco de paralelismos, no mínimo, indigestos. A verdade é que, reitero alheio a tudo isso, vi n'a Intérprete uma Nicole Kidman mais charmosa do que nunca!
No mais completo estilo Nova-Iorquino, vestida de preto e branco com algumas variantes para o bege ou castanho, com calças esvoaçantes, decotes recortados por colares fashion, sobretudos onde sobretudo se destacava a sua cintura e, falando em cintura, fazia questão de se deslocar, por entre o caos automobilístico, em cima de uma vespa de mil novecentos e cinquenta-e-troca-o-passo.
Meu caríssimo amigo LTN, o filme não é para ter uma mensagem, é para nos dar material para sonhos... e isso, meu caro, tem TODO o interesse!
Masoquismo
Reforço de última hora
terça-feira, maio 03, 2005
Dois em um
Evita-se o constrangimento de uma abstenção significativa.
Recorda-me outro momento em que, chamado à colação, pela natureza das suas funções, o PR tomou o que, para muitos, foi uma má decisão.
Indigitou Santana Lopes.
Para, depois, decidir, com grande sentido de oportunidade, que devia dissolver o Parlamento.
Não vai ser neste mandato de Jorge Sampaio que a IVG vai a referendo.
Nunca aduzi aqui argumentos contra ou a favor da despenalização do aborto. Aduzo agora. Sou a favor da despenalização do aborto.
Manual de Guerrilha
1. Nunca assine os posts com o seu christian name. Se o seu nome for Gonçalo, opte por um nome estrangeiro, preferencialmente de raiz anglo-saxónica, por exemplo, Gordon: Este pequeno, mas importante pormenor, provoca instantaneamente ao adversário um sentimento de inferioridade. Todavia, neste aspecto, há que observar as mais elementares tácticas de guerrilha: Nunca opte, inicialmente, pela versão siciliana ou sul-americana do seu nome. Se usar logo o nome Gonzallini ou Gonzalez, fica sujeito ao fracasso, uma vez que o adversário, por temer pela sua integridade física, nem sequer vai responder.
2. Não utilize todos os trunfos na primeira jogada: Saiba guardá-los para cada ocasião. Deste modo, em vez de destruir o adversário no primeiro post, vai-lhe dando falsas esperanças e, com isso, vai obtendo algumas respostas da sua parte. Comece por criticar, en passant, uma qualquer frase ou comentário do adversário, seja ele de que natureza for. Todavia, não se esqueça de “linkar” devidamente: Só assim, via technorati, é que tem a certeza que o adversário vai ler aquilo que escreveu.
3. Se, mesmo assim, o adversário continuar impávido e sereno, resolva dizer uma barbaridade qualquer, ou mesmo duas. Pode, por exemplo, dizer que um Filósofo que venceu o Prémio Nobel em 1964, morreu em 1905 (hipótese meramente académica). Todavia, o seu adversário pode não ser suficientemente erudito para saber quem era esse filósofo, quanto mais saber que foi Nobel (embora tenha recusado esse estatuto). Se assim for pode, já em desespero de causa, inventar um nome para uma das mais importantes praças da cidade de Lisboa: Nesse caso o adversário, por mais inculto que seja vai, finalmente, ripostar.
4. Os adversários, quando são directamente visados, têm a tendência de contestar imediatamente: Isso é um sinal evidente de fraqueza. Aproveite-se dessa fraqueza e demore bastante tempo a responder (até pode ser um fim de semana). O adversário vai sentir-se, prematuramente, vencedor da disputa, inventando uma qualquer figura do género “aceitação tácita” daquilo que escreveu. Seja paciente, deixe-o gozar temporariamente essa pseudo-vitória, escreva sobre algo que não tenha rigorosamente nada a ver com o objecto do diferendo (por exemplo, sobre o aniversário do seu canário ou bico-de-lacre) e, ao fim da tarde, aniquile-o com a sua magnífica e estupenda capacidade retórica utilizando, de preferência, alguns insultos pessoais.
5. Muita atenção aos insultos. É este aspecto que pode determinar a sua grandeza: Não recorra aos insultos fáceis; seja subtil, acuse-o, por exemplo, de cobardia (mesmo que não o conheça de parte alguma). Este insulto é eficaz e tem efeitos imediatos quando o seu adversário for do sexo masculino.
6. Nessa altura, das duas uma: Ou o adversário, desesperado, reage agressivamente (perdendo, assim, toda a razão), ou então tenta acalmar as hostes (o que deixa transparecer toda a sua fragilidade) e começa a elogiá-lo, chegando mesmo ao ridículo de dizer algo do género “não obstante esta azeda troca de palavras, continuo a “linkar” e a ler regularmente o seu Blog", ou outros disparates do género. É nesse momento que pode considerar-se legítimo vencedor, mesmo que apareça uma qualquer figura de Estado, como por exemplo o Presidente da República, tornar inútil a discussão: A vitória foi alcançada e o adversário totalmente humilhado.