Manual de Guerrilha
A “boa blogosfera” pode, definitivamente, afastar a “má blogosfera”. Todos nós já nos deparámos, por essa “blogosfera” fora, com posts totalmente ofensivos da ordem pública e dos bons costumes, e o nosso sentimento perante tamanha barbaridade é tal que só nos apetece aniquilar (de preferência publicamente) os seus autores. Por isso, aqui ficam os pontos fundamentais para vencer uma “contenda blogosférica”.
1. Nunca assine os posts com o seu christian name. Se o seu nome for Gonçalo, opte por um nome estrangeiro, preferencialmente de raiz anglo-saxónica, por exemplo, Gordon: Este pequeno, mas importante pormenor, provoca instantaneamente ao adversário um sentimento de inferioridade. Todavia, neste aspecto, há que observar as mais elementares tácticas de guerrilha: Nunca opte, inicialmente, pela versão siciliana ou sul-americana do seu nome. Se usar logo o nome Gonzallini ou Gonzalez, fica sujeito ao fracasso, uma vez que o adversário, por temer pela sua integridade física, nem sequer vai responder.
1. Nunca assine os posts com o seu christian name. Se o seu nome for Gonçalo, opte por um nome estrangeiro, preferencialmente de raiz anglo-saxónica, por exemplo, Gordon: Este pequeno, mas importante pormenor, provoca instantaneamente ao adversário um sentimento de inferioridade. Todavia, neste aspecto, há que observar as mais elementares tácticas de guerrilha: Nunca opte, inicialmente, pela versão siciliana ou sul-americana do seu nome. Se usar logo o nome Gonzallini ou Gonzalez, fica sujeito ao fracasso, uma vez que o adversário, por temer pela sua integridade física, nem sequer vai responder.
2. Não utilize todos os trunfos na primeira jogada: Saiba guardá-los para cada ocasião. Deste modo, em vez de destruir o adversário no primeiro post, vai-lhe dando falsas esperanças e, com isso, vai obtendo algumas respostas da sua parte. Comece por criticar, en passant, uma qualquer frase ou comentário do adversário, seja ele de que natureza for. Todavia, não se esqueça de “linkar” devidamente: Só assim, via technorati, é que tem a certeza que o adversário vai ler aquilo que escreveu.
3. Se, mesmo assim, o adversário continuar impávido e sereno, resolva dizer uma barbaridade qualquer, ou mesmo duas. Pode, por exemplo, dizer que um Filósofo que venceu o Prémio Nobel em 1964, morreu em 1905 (hipótese meramente académica). Todavia, o seu adversário pode não ser suficientemente erudito para saber quem era esse filósofo, quanto mais saber que foi Nobel (embora tenha recusado esse estatuto). Se assim for pode, já em desespero de causa, inventar um nome para uma das mais importantes praças da cidade de Lisboa: Nesse caso o adversário, por mais inculto que seja vai, finalmente, ripostar.
4. Os adversários, quando são directamente visados, têm a tendência de contestar imediatamente: Isso é um sinal evidente de fraqueza. Aproveite-se dessa fraqueza e demore bastante tempo a responder (até pode ser um fim de semana). O adversário vai sentir-se, prematuramente, vencedor da disputa, inventando uma qualquer figura do género “aceitação tácita” daquilo que escreveu. Seja paciente, deixe-o gozar temporariamente essa pseudo-vitória, escreva sobre algo que não tenha rigorosamente nada a ver com o objecto do diferendo (por exemplo, sobre o aniversário do seu canário ou bico-de-lacre) e, ao fim da tarde, aniquile-o com a sua magnífica e estupenda capacidade retórica utilizando, de preferência, alguns insultos pessoais.
5. Muita atenção aos insultos. É este aspecto que pode determinar a sua grandeza: Não recorra aos insultos fáceis; seja subtil, acuse-o, por exemplo, de cobardia (mesmo que não o conheça de parte alguma). Este insulto é eficaz e tem efeitos imediatos quando o seu adversário for do sexo masculino.
6. Nessa altura, das duas uma: Ou o adversário, desesperado, reage agressivamente (perdendo, assim, toda a razão), ou então tenta acalmar as hostes (o que deixa transparecer toda a sua fragilidade) e começa a elogiá-lo, chegando mesmo ao ridículo de dizer algo do género “não obstante esta azeda troca de palavras, continuo a “linkar” e a ler regularmente o seu Blog", ou outros disparates do género. É nesse momento que pode considerar-se legítimo vencedor, mesmo que apareça uma qualquer figura de Estado, como por exemplo o Presidente da República, tornar inútil a discussão: A vitória foi alcançada e o adversário totalmente humilhado.
7. Quando, finalmente, aniquilar toda a "blogosfera", escreva regularmente e comente os seus próprios posts.
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