quinta-feira, março 31, 2005

Mistura Fina

Os meus inícios de noite estão cada vez mais frenéticos. Cada vez tenho mais pressa em sair do escritório, em chegar a casa, em jantar, em fazer o recomendado zapping enquanto passa a Quinta das Celebridades II, tudo para chegar ao meu “orgasmo televisivo” provocado pelo belíssimo programa que passo a descrever.
O Largo do Girassol é o centro de toda esta história. Nesse largo coabitam, ao melhor estilo medieval, a plebe, o Senhor Feudal e uma família de ciganos (em sentido étnico), entre outras personagens de menor importância. Nesse mesmo largo, à volta da “Casa Grande” estão instalados diversos pequenos estabelecimentos comerciais, desde a Barbearia do Bento ao Café “Panqueca”, todos com vista para o ex-libris do local: O mercado onde tudo se compra e tudo se vende, naturalmente corrompido pelo monopólio da família cigana.
Como não podia deixar de ser, toda esta diversidade cultural e social acaba por desencadear o ódio recíproco entre as duas principais famílias: Os “Lampreia”, a numerosa família cigana, que sempre “fizeram pela vidinha” nessa mítica actividade comercial que é o contrabando, e os “Corte-Real”, os senhores feudais, possuidores de largos recursos patrimoniais e financeiros, que nunca fizeram nada na vida. No entanto, e como nestas disputas familiares há sempre alguém que estraga tudo, Dinis Lampreia e Marta Corte-Real envolvem-se sentimentalmente, o que contribui para aumentar, ainda mais, o asco que as famílias sentem uma pela outra.
Como bela tragédia que é, o clímax desta Obra surge quando Justino Lampreia e Adriano Corte-Real envolvem-se numa cena de pancadaria e D. Guadalupe – o Pater Famílias dos Lampreias, desesperada, revela involuntariamente o segredo mais bem guardado da história do Largo do Girassol: Na esperança de dar a seu filho uma vida melhor, trocara-o à nascença pelo rebento varão dos Corte-Real, o que fazia com que Adriano fosse seu filho e Justino o verdadeiro senhor feudal.
Como devem calcular, "caiu o Carmo e a Trindade" em pleno Largo do Girassol, o que acabou por transformar os membros de ambas as famílias em autênticas (e visíveis) armas de destruição maciça, prontas a explodir.
E mais não digo, porque lamentavelmente perdi o episódio de ontem...
Espero, sinceramente, que este resumo aguce o vosso apetite por aquela que é, sem qualquer dúvida, a série do momento no panorama televisivo nacional.
Onde? Naturalmente na “nossa” TVI.

segunda-feira, março 28, 2005

A minha contribuição




Caro Rodrigo,
Também não sei qual a relação entre a Páscoa e os ovos e entre os coelhos e as reposições do Quo Vadis?, mas espero ter contribuído para esclarecer, pelo menos, uma das tuas dúvidas!

Esclarecimento

INF, vender o "Ninguém (me) nos ganha aos matraquilhos", do Vitorino, a € 17,95; o "Resistir é vencer", do José Mário Branco, a € 16,95; o "Tão pouco e tanto", do Janita Salomé, a € 19,40 e o "Um beco com saída", do Fausto, a € 18,30, pode ser considerado um imperativo capitalista das editoras?

Small Prices Addicts ou "Porque é que a casa ganha sempre?"

Gosto de comprar CDs baratos. Gosto de ir às várias zonas das promoções da FNAC (passe a publicidade) e comprar Tom Jobim a 10€, Nina Simone a 9,75€ e a banda sonora das Virgens Suicidas a 10€. Também lá está o Kevin Litlle a 11€ mas penso "thanks but no thanks" e passo. Saio de lá muito satisfeita comigo própria e orgulhosa da minha recém adquirida capacidade de comprar boa música a baixos preços contornando, triunfantemente, os imperativos capitalistas das editoras e dos sempiternos impostos que colocam todos os cds acima da fasquia dos 14€. Esqueço-me, convenientemente, que a intenção é mesmo essa e que se comprar três acabo por gastar mais do que se comprar o último do Beck que lá tinha ido comprar inicialmente. Nevermind. (Esse também lá estava a 10€...) Já disse que comprei Tom Jobim por 10€?

quinta-feira, março 24, 2005

Subsídio de refeição nas Profissões Liberais

Dizem os entendidos que o novo Código da Estrada tem como principal atractivo o facto de poder acabar, a curto prazo, com o “fantasma da prescrição” das contra-ordenações, fantasma esse que é muito querido a todos aqueles que, como eu, têm que viver em Lisboa. Pensou o Legislador que, ao impor o pagamento imediato da “infracção” pelo “prevaricador”, além de constituir uma fonte de receita altamente eficaz, iria também impedir que um monte de processos de contra-ordenação ficasse irremediavelmente perdido em vários montes de papel, em cima de montes de secretárias de montes de funcionários, durante montes de meses.
E assim foi. O Código da Estrada vai entrar em vigor e, dizem eles, “agora é a doer”. No entanto, e como sempre, não há bela sem senão, já que os agentes da PSP e da GNR vão dispor de uns generosos quatro dias para conhecer devidamente o Diploma e aplicá-lo.
Ou seja, embora as coimas sejam pagas na hora, o número de impugnações vai aumentar desmesuradamente. Se, com o actual Código da Estrada, ainda era possível encontrar nos autos de contra-ordenação vários factos susceptíveis de impugnação, com o novo Código vai ser dramático. No entanto, para mim, causídico a tempo inteiro, vai ser óptimo: Se já ganhava uns jantares ou uns copos por “safar” os amigos, sou forçado a encarar o novo Código como um autêntico subsídio de refeição.

terça-feira, março 22, 2005

Porque é que eu comecei a gostar de Wes Anderson..

.

Por causa desta família disfuncional.

Escândalo III

Contagiado pela alegria comum, Eduardinho cumprimentou o 4.º Árbitro no fim do jogo, com um efusivo abraço, e riram-se muito.

Escândalo II

Alguns jogadores do Sporting cumprimentaram alguns jogadores do Porto no fim do jogo, com um "seco" aperto de mão, mas não se riram.

Escândalo I

José Peseiro cumprimentou José Couceiro no fim do jogo, com um "seco" aperto de mão, mas não se riram.

Cada vez gosto mais do Wes Anderson...



E do Bill "sou-muito-melhor- depois-dos-cinquenta" Murray, do Owen Wilson sem o Jackie Chan, de filmes non-sense em que os cães têm três patas e uma tripulação decadente num barco obsoleto come lagosta e bebe Moet et Chandon, do Jeff Goldblum como secundário de luxo, do ensemble grávida/sensual Cate Blanchet , desta mania do Wes Anderson de fazer family movies tão pouco convencionais (porque este também é um embora nenhuma das personagens tenha laços de consaguineidade...), daquela sala de cinema que faz lembrar a nossa Cinemateca, da fina ironia com que se faz pouco dos pseudismos intelectuais da malta do cinema, do alemão Willem mesmo muito alemão, do Seu Jorge a cantar músicas do David Bowie adaptadas para português, do David Bowie a cantar as músicas do David Bowie, e de Bill Murray, ainda Bill Murray, convertido em estrela preferida dos protagonistas da lufada de ar fresco que ainda se vai sentindo no cinema norte americano.
P.S. Vejam os "credits" até ao fim. Com atenção. A piada final do filme está lá. E mais não digo, ou melhor, escrevo.

segunda-feira, março 21, 2005

Só faltam 2 meses...



...Para este grande concerto!

Mais um pouco...

O título pode, à primeira vista, parecer um género de "homenagem blogoesférica" ao mítico anúncio do "Suchard Express", mas não é. O Eng.º Sócrates afirmou que o Governo pretende colocar mil jovens com formação em gestão e tecnologia em pequenas e médias empresas. A iniciativa é, sem dúvida, de louvar. Afinal, só faltam 149.000...

Desabafo do dia

O verdadeiro "Estado da Nação" vê-se quando alguns dos denominados "notáveis" da actual oposição aplaudem o programa de governo pelo simples facto de este corresponder, em geral, ao programa eleitoral que foi a votos. Eu, ao melhor estilo de Artur Jorge, diria que é (ou deveria ser) uma "situação perfeitamente normal"...

quarta-feira, março 16, 2005

Imprensa Marron

Em declarações à "imprensa marron" o mal dispostíssimo administrador da sociedade MAL DISPOSTA - SOCIEDADE VENDEDORA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS TENDENTE AO DOMÍNIO TOTAL, S.A., afirmou nada ter que ver com as recentes fraudes nas votações do inquérito do jornal público. sobre a venda de produtos farmacêuticos nos supermercados. Mais, o administrador mostrou-se deveras perturbado pela mestria dos boicotadores, que conseguiram contornar o sistema de voto único votando várias vezes no NÃO de sorte a falsear os resultados.
Também o Administrador da Sociedade BEM DISPOSTA - SOCIEDADE REVENDEDORA DE PRODUTOS PETROLÍFEROS E FARMACÊUTICOS, LDA. se mostrou indignado com esta acção de boicote, embora tenha manifestado o seu desagrado pelo facto de se contemplarem apenas os supermercados na pergunta.
O PM com nome de filósofo que é de esquerda mas parece que é de direita já fez saber que não cederá a pressões dos grupos de interesse e que vai mesmo liberalizar o mercado.
O Ministro que é de direita mas parece que é de esquerda, embora não tenha nada a ver com o assunto, já proferiu declarações no sentido de se atribuir esta "acção de guerrilha atentatória da liberdade de expressão" aos americanos, cujos agentes em território nacional terão, alegadamente, como objectivo a sabotagem de todas as medidas do governo PS.
O PM com nome de filósofo que é de esquerda mas gosta mais da direita já se demarcou destas declarações e ordenou ao seu Ministro, sob pena de enviar a sua fotografia para a sede do BE, que fosse a Washington acalmar o Presidente Bush.

terça-feira, março 15, 2005

O Bem-Disposto - Sociedade Revendedora de Produtos Petrolíferos e Farmacêuticos, Lda.

Ao que parece, a Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis quer vender medicamentos nos postos de abastecimento. Estou mesmo a ver "o filme"...
Cliente: Boa tarde
Gasolineiro: Boa tarde, o que vai ser?
Cliente: Queria 25 € de Gasolina sem chumbo 98 e um maço de Marlboro.
Gasolineiro: Concerteza. É só?
Cliente: Ah, desculpe, ando meio constipado...Queria também uma caixa de Benuron e um anti-histamínico qualquer.
Gasolineiro: Muito bem. Deixe ver se ainda temos...Pois, Benuron só temos em supositórios e anti-histamínico só Claritine.
Cliente: Hum...Então queria apenas uma caixa de Claritine.
Gasolineiro: Sim, senhor! São 38 €. Tudo junto, ou separado?
Cliente: Separado. Vou precisar de três facturas: A dos cigarros para deitar fora, a da gasolina para a entidade patronal e a do Claritine para a declaração de IRS.
Gasolineiro: Concerteza! Dê-me só um momento...
Os intervenientes acabaram por ser selvaticamente agredidos pelas pessoas que formavam uma interminável fila para pagar o combustível. Por sorte, aquele posto de abastecimento contava já com a preciosa colaboração de um médico de clínica geral e um cirurgião ortopédico que assistiram prontamente as infelizes vítimas.

segunda-feira, março 14, 2005

Do direito à prevaricação...

sexta-feira, março 11, 2005

"Onzes"

Enquanto lia este excelente post recordei-me da sensação esmagadora que foi ouvir narrar o que aconteceu em Madrid no dia 11 de Março na primeira pessoa e por duas vezes em ocasiões completamente diferentes.
Fui a Madrid passar um fim-de-semana com amigos e ficámos alojados na casa de outros amigos, estudantes portugueses do último ano de medicina que estavam a fazer Erasmus em Madrid.
Contaram-nos como foi estar num hospital a trabalhar naquele dia. Descreveram a onda de solidariedade dos médicos e enfermeiras, já reformados, que acorreram aos hospitais para ajudar no que fosse preciso. E ainda, para consternação dos meus sensíveis ouvidos de mulher das letras, como se cosiam orelhas a sangue frio no corredor do hospital.
Explicaram como ficaram aturdidos com tudo aquilo, sem perceber exactamente o que se tinha passado. Têm um amigo que estava a trabalhar num hospital em N.Y. no dia 11 de Setembro. Perceberam, nesse dia, muito do que ele lhes tinha contado.
Fui de férias à Tunísia o ano passado, e, numa daquelas inenarráveis excursões que toda a gente faz, almocei com um grupo de madrilenos que, passado o primeiro momento de “small talk”, contaram, visivelmente comovidos, como foram aqueles momentos em que só se pensa em pegar no telefone e perguntar “estás bem?” às pessoas de quem mais se gosta.
Falaram daquele redimensionar algo psicossomático, tão compreensível nestas situações, dos vários planos da nossa vida, de como tudo parece reduzido ao que mais importa, mas em que menos se pensa em todos os outros dias.
Perderam amigos. Sentiram-se desprotegidos, vulneráveis e injustiçados perante toda aquela barbárie sem nexo, sem sentido, sem porquê.
É estranho ouvir contar o que sentem as pessoas que estiveram in loco aquando de um atentado terrorista. Parece surreal, distante, mesmo quando é aqui ao lado. Não se acha possível, verosímil que alguém acorde de manhã, apanhe um comboio, e acabe a ir pelos ares, ou que alguém esteja num edifício de escritórios em mais um dia de trabalho (igual a tantos dos meus) e tenha que, paradoxalmente, saltar para a morte para tentar salvar a vida.
É o imponderável da coisa que assusta.
Mas o medo é a única opção que não temos.

quarta-feira, março 09, 2005

A ler

Interessante e lúcido artigo no NYT, exercício intelectual ao estilo a América a olhar para a América,
"Homegrown Osamas" , Nicholas D. Kristof

Qualificações

Trazendo à colação as mais recentes intervenções do Presidente da República, é óbvio que todo e qualquer tipo de manifestação de apoio ou mera concordância relativamente às mesmas tem implícita uma certa conotação "gauchiste". Hoje, o Dr. Jorge Sampaio alertou para a necessidade de qualificar os portugueses. Eu sou de direita e ouso dizer que concordo! Parece-me fundamental qualificar os portugueses, e é fundamental que essa iniciativa parta de nós, isto porque já o fazem por esse mundo fora, e isso não é motivo de orgulho, já que é costume qualificar os portugueses de "preguiçosos", "ignorantes", "provincianos", entre outros mimos profundamente injustos...

terça-feira, março 08, 2005

Dia Internacional da Mulher

"For most of history, Anonymous was a woman"
Virginia Woolf

Impressões

Não percebo nada de vinhos. Nada mesmo. Às vezes bebo devagar demais, outras vezes de um trago.
Também não percebo nada de homens. Às vezes também bebo devagar demais e outras vezes de um trago.
Por isso gostei do Sideways. Gosto de filmes que simplificam (pelo menos aparentemente) o que eu não percebo.
Nomes de vinhos em catadupa, conversas sobre degustação, espessura, vinhos que são raridades e se guardam para a ocasião especial que nunca vem (ou que chega num restaurante de junk food e copos de papel), vinhos que não são nada de especial e que só podem ser provados e regurgitados .
Também se fala de homens, homens que bebem devagar e homens que bebem de um trago.
Misóginos e com a sensibilidade à flor da pele, hábeis conversadores e “social misfits”, à procura da fuga e à procura da solução, falhados aos olhos de todos ou só aos próprios olhos.
Causou-me uma óptima impressão. Bebi vinho a seguir mas não soube avaliar a espessura, detectar aromas frutados, nem sei se gostei, pelo menos não no sentido em que podem gostar os entendidos.
No fim não soube dissertar como uma entendida.
Os filmes não ensinam grande coisa. Só deixam boas ou más impressões e, quando são muito bons, vontade de aprender qualquer coisa.
O Paul Giamatti e o Thomas Haden Church funcionam mesmo muito bem em conjunto. Não há muito melhor que se possa querer para um road movie misto de buddie movie.
Das cenas de nudez entre o grotesco e o simplesmente assustador, aos diálogos em que se chora e se ri ao mesmo tempo, ao fim em aberto, é simplesmente soberbo.
Esperado e justificado o Óscar para melhor argumento. Talvez mais se justificasse.
It made an impression on me.

A verdade escondida II

No seguimento deste post, que esclarece toda e qualquer dúvida relativamente ao envio da célebre obra de Edvard Munch para o Largo do Rato, o "Teorema de Pitágoras" está em condições de afirmar que a suposta "desfiliação em massa" dos militantes do C.D.S/P.P faz parte da tal "manobra de diversão". Os "ex-militantes" irão todos para a porta da sede do P.S, onde já está a ser montada uma barraquinha de comes e bebes, para proteger aquelas instalações das investidas dos gatunos.

segunda-feira, março 07, 2005

Arrufos

Os fins de namoro têm daquelas coisas memoráveis.
A devolução do "espólio" é uma delas.
O ritual da devolução das fotografias, que compreendem as da mesa-de-cabeceira, as solitárias, as de grupo, as a dois, em que estas são arremessadas, enviadas por correio, atiradas pela janela, é uma esforçada mas vã e infantil tentativa de romper com o passado.
Mas também as relações políticas, mesmo as mais sólidas, têm o seu fim e, a caminho da ruptura, os seus arrufos.
Eis que a fotografia do Prof. Freitas do Amaral é enviada do Largo do Caldas para o Largo do Rato, num arrufo digno desse nome.
Pois é, o namoro chegou ao fim...mas a crónica desta morte anunciada já se vinha escrevendo há algum tempo.
A progressiva viragem à esquerda, o “growing apart” , traduzido nas posições públicas do Prof. Freitas do Amaral (quer contra a guerra do Iraque, quer a favor de uma maioria PS) já faziam prever o que aconteceu.
O que nada fazia prever era esta atitude tão ao jeito de “arrufo de namorados”.
Comparação singela e talvez simplista mas, neste caso e por isso mesmo, verdadeira.
Esperava-se mais adequado comportamento.

A verdade escondida

Está explicada a mais recente polémica da política nacional. Ao que parece, as autoridades norueguesas alertaram a Direcção do C.D.S/P.P para a iminência de um ataque ao Largo do Caldas nos próximos dias. Isto porque o grupo que planeou e executou o furto de mais três obras do pintor Edvard Munch, quer completar a sua colecção: Depois do esbulho de "O vestido azul", "O grito" e "A Madona", os larápios pretendem agora obter a todo o custo a célebre obra "O mené de óculos", exposta nas paredes do Caldas há largos anos. Está assim explicado o súbito envio da tela para o Largo do Rato: Tratou-se, apenas, de uma manobra de diversão, de forma a proteger aquela precisosidade. No entanto, estas manobras podem, lamentavelmente, revelar-se infrutíferas, pois fontes próximas do P.S.D, B.E e P.C.P afirmam que não aceitam ficar fiéis depositários da valiosa obra, pois temem as possíveis visitas dos "amigos do alheio" às respectivas sedes.

sexta-feira, março 04, 2005

Será que na PJ também é assim?

É uma daquelas coisas... sou absolutamente fã da série CSI.
Descobri que não estou sozinha na Blogosfera.
E há um sítio para fanáticos!
As coisas fascinantes e absolutamente inúteis que eu aprendo....
Acho que absolutamente inútil para a minha vida costuma ser qualidade daquilo que eu considero fascinante.
O FMS falava em OC.
Francisco, não que tenha alguma coisa a ver, mas recomendo-te o igualmente viciante CSI (o original e o New York...o Miami é demasiado solarengo, tem demasiadas loiras e não tem o, com a devida vénia, Grissom, nem o ,“ai Jesus”, Warrick!).

Les redevances au Portugal

Sim, Caro Rodrigo, é isso!

Para acabar com as dúvidas

Não, INF, essa não é, felizmente, a posição oficial da Igreja. Quem melhor do que o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, para acabar com as tuas (legítimas) inquietações? Em entrevista à Rádio Renascença, D. José Policarco afirmou, peremptoriamente, que "não é essa a posição oficial, nem a atitude pastoral da Igreja", afirmando mesmo que "uma coisa é a condenação moral de certos comportamentos graves, outra coisa é o tratamento pastoral dessas pessoas". Se dúvidas pudessem restar, concluiu o Cardeal do seguinte modo: "Espero que todos percebam que aquela posição não é a posição oficial da Igreja".

O defensável e o condenável

O padre Nuno Serras Pereira invoca o cânone 915 do Código de Direito Canónico para, "na impossibilidade de contactar pessoalmente as pessoas envolvidas", lhes dar conhecimento público de que "está impedido de dar a sagrada comunhão eucarística a todos aqueles católicos que manifestamente têm perseverado em advogar, contribuir para, ou promover a morte de seres humanos inocentes".

Nesta categoria incluem-se, de acordo com o padre Nuno Serras Pereira, todos os que usam "diversas pílulas, DIU [dispositivo intrauterino] e pílula do dia seguinte" e os que recorrem a "técnicas de fecundação extra-corpórea, selecção embrionária, criopreservação, experimentação em embriões" e outros métodos de reprodução medicamente assistida.

Votar ou participar em campanhas a favor da legalização do aborto, aceitar ou concordar com a actual lei em vigor e defender a eutanásia também são motivos que impedem o padre de dar a comunhão.O cânone 915 diz que "não são admitidos à sagrada comunhão os excomungados e os interditos, depois da aplicação ou declaração da pena, e outros que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto", explicou à Lusa o professor Saturino Costa Gomes, director do Instituto Superior de Direito Canónico.

Ou seja, "os sacerdotes podem recusar a comunhão" a todos os católicos relativamente aos quais têm conhecimento de que cometeram ou cometem um pecado grave, segundo o que está estabelecido nos preceitos da Igreja Católica.O Patriarcado não quis prestar declarações sobre o assunto.

Pasme-se!
Não creio (wishful thinking) que este radicalismo na definição de quem pode e não pode receber a comunhão seja expressão do pensamento de todos os padres católicos e muito menos dos católicos praticantes e não praticantes em geral.

Contudo, (e apesar de não ser católica) não posso deixar de reagir a estas inacreditáveis declarações de um radicalismo lamentável e, felizmente, não acompanhado pelo Patriarcado.

Sim, porque é de radicalismo que se trata quando se diz que "advogar, contribuir para, ou promover a morte de seres humanos inocentes" é utilizar meios contraceptivos (quando, em Portugal, uma em cada três adolescentes já tomou a pilúla do dia seguinte e uma em cada seis não pratica sexo seguro), ou recorrer à procriação medicamente assistida (extraordinário que querer gerar vida e recorrer à Ciência para esse efeito seja advogar, contribuir para, ou promover a morte de seres humanos inocentes).

Acompanho a Alice nas suas interrogações. Afinal, será que sexo é única e exclusivamente para fins e reprodutivos? Não o sendo, a única posição legítima face aos problemas das doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência é a abstinência total?

Discuti, com um amigo, esta questão, ele, católico praticante, e embora não concordando com a mesma, qualificou a posição sustentada pelo Sr. Padre Serras Pereira como sendo uma posição defensável.

É claro que, in extremis, e a bem da liberdade de expressão, tudo é defensável.

Afinal, as pessoas são livres de ir celebrar a eucaristia em outro lugar.

Mas há muitas coisas que são condenáveis, apesar de defensáveis.

Fazer tábua rasa dos direitos sexuais e reprodutivos a duras penas conquistados em nome de uma pretensa moral cristã, à revelia, por exemplo, da realidade sociológica dos números da gravidez na adolescência, é condenável.

Achar que querer gerar vida e, na impossibilidade de o conseguir naturalmente, recorrer à Ciência e às técnicas de Procriação Medicamente Assistida para esse efeito é pecado, é condenável.

Achar que uma mulher casada (ou solteira) que opta por controlar o seu próprio corpo e se arroga o direito ao prazer através da utilização de um dispositivo intra-uterino comete um grave e sério pecado que a cobre de uma indignidade que não lhe permite receber a comunhão, é condenável.

Defensável na medida em que, em bom rigor tudo o é, mas condenável na linha ideológica que traça e nos postulados que veicula.

quinta-feira, março 03, 2005

A lentidão da Justiça II

Ainda não recebi os honorários correspondentes às minhas intervenções oficiosas realizadas no ano passado. Até fins de Março, princípios de Abril, tenho que entregar a minha declaração de IRS. Será que os "rendimentos aparentes" são tributáveis?!

A lentidão da Justiça I

A Justiça em Portugal é lenta. Disso ninguém tem a mínima dúvida. Uns dizem que a culpa é dos Advogados, outros dizem que a culpa é dos Magistrados. Lenta ou não, cumpre salientar que a Justiça em Portugal é, felizmente, justa!

quarta-feira, março 02, 2005

Da boca do povo para a boca da direita...

Roper vs. Simons

Ontem, o Supremo Tribunal de Justiça americano considerou ser contrária à Constituição a condenação à morte de pessoas com idade inferior a 18 anos.

Tenho, devo confessar, alguma dificuldade em colocar esta decisão em qualquer dos planos apontados pelo GMM.

Vitória seria a abolição total da pena de morte, mas uma decisão que vai tirar 72 pessoas do corredor da morte dificilmente pode ser considerada uma derrota.


E isto no país que realizou o maior número de condenações à morte de menores, 17 desde 1990!

A maioria dos juízes (5-4) decidiu, no caso Roper v. Simons, e quanto à questão de saber se a oitava e décima quarta emendas da Constituição são violadas caso um individuo maior de quinze anos e menor de dezoito seja condenado à morte, que Christopher Simmons não podia ser condenado à morte.

Importa salientar alguns dos argumentos apontados: a desproporcionalidade da pena de morte quando aplicada aos menores (à semelhança do que havia sido decidido no caso Atkins por referência aos deficientes mentais), as especiais condições psicológicas dos menores como a vulnerabilidade e a imaturidade, a tendência para a não aplicação da pena de morte aos menores nos estados retencionistas e o contexto internacional.

Os votos de vencido, incluindo os expectáveis dos "Justices" Scalia e Clarence Thomas, tristemente célebres pelas suas posições conservadoras, discordaram dos argumentos apresentados, nomeadamente do argumento de que actualmente, os EUA se encontram praticamente sós (ou mal acompanhados se pensarmos no Paquistão ou na China) na condenação de menores à pena de capital: "I do not believe that the meaning of our Eighth Amendment, any more than the meaning of other provisions of our Constitution, should be determined by the subjective views of five members of this court and like-minded foreigners" (Anthony Scalia) .

Por aqui se vê que ganhámos uma batalha mas estamos muito longe de ganhar a guerra, e aqui permito-me utilizar a linguagem bélica tão cara aos americanos...

Infelizmente, não me parece que, num futuro próximo, se vá muito além de pontuais derrogações como esta, especialmente se pensarmos que nos EUA comutar ou não uma condenação à morte em estados retencionistas como o Texas traz, entre outras coisas, votos, muitos votos.

Vale a pena olhar para alguns números disponíveis no site da Amnistia Internacional A Amnistia Internacional tomou conhecimento de três execuções de menores em 2002: todas as três foram realizadas no estado do Texas nos EUA. Outro menor foi executado no estado de Oklahoma em Abril de 2003. 71 prisioneiros foram executados nos EUA em 2002, elevando a 820 o número total de executados desde que o uso da pena de morte foi resumido em 1977. Mais de 3.700 prisioneiros estavam sentenciados à morte no dia 1 de Janeiro de 2002.
38 dos 50 estados americanos incluem a pena de morte na legislação....

Num país em que os crimes hediondos são em grande número, quer se pense nos “spree-killings”, nos "serial killers", nos massacres nas escolas, imagino que defender a vida quando a vida parece valer tão pouco seja uma tarefa ingrata.

Fiquei, por isso, agradavelmente surpreendida com esta decisão.

A continuidade da aplicação da pena capital é demonstrativa de um enorme retrocesso civilizacional, e, no caso particular dos EUA, é uma mancha na democracia vigorosa que os americanos tanto se orgulham de ter.

Quer porque não funciona como elemento dissuasor da criminalidade, como bem o demonstram os números disponíveis no site da AI; quer porque os sistemas judiciais, à imagem e semelhança de quem os cria, são falíveis, e prova disso são os casos gritantes de descobertas de inocentes nos corredores da morte graças a nova produção de prova.

Os argumentos são inúmeros e todos eles por demais convincentes, mas, infelizmente, não o suficiente.

Há quem prefira o "olho por olho, dente por dente".





Lusomundo Texteis, S.A.

O P.S queria que o processo de alienação da Lusomundo Media fosse "transparente". O Grupo espanhol Prisa afirmou que, afinal, o processo foi "opaco". Bem sei que os candidatos preteridos perderam um simpático "pé de meia", mas utilizar o vocabulário próprio desse ramo da indústria textil para descrever este processo, não é apropriado. Já ouvi, muitas vezes, a expressão "enfiar a carapuça", mas confesso que "enfiar o collant" foi a primeira vez.

Tu também?!

Estou farto dos U2. Bem sei que Bono Vox, Adam Clayton e companhia não têm culpa, mas confesso que toda esta histeria à volta de (mais) um concerto para promover (mais) um album da banda irlandesa irrita-me profundamente (ainda por cima "Vertigo" fica muito aquém de "Under a Red Blood Sky", "Achtung Baby" e "Pop"). Acho completamente pornográfico ficar 15 horas seguidas numa fila e desembolsar, no mínimo, 50 € para comprar um bilhete. Não consigo aceitar que a reportagem sobre um aglomerado de pessoas (sem qualquer problema automobilístico de difícil resolução) à porta de uma estação de serviço da B.P ocupe minutos seguidos do telejornal: O País estaria bem melhor se um terço daquelas pessoas fizesse fila à porta do Instituto do Emprego e Formação Profissional - isso sim, seria notícia! Não consegui comprar bilhete...
Coisa feia, a inveja!

terça-feira, março 01, 2005

Desculpe, ouvi dizer que o senhor é ministeriável...

O mui anglo-saxónico "hear say" é o que agita a parada dos nomes para ocupar os diversos ministérios do governo PS.
Vozes esperançadas falam em Vitor Constâncio nas Finanças.
Vozes entre o receoso ou simplesmente assustado falam em Freitas do Amaral nos Negócios Estrangeiros.
O assombro perante os boatos que colocam Maria de Belém na Defesa...
É "hear say" que significa, à letra e algo grosseiramente, ouvir dizer.
Vale o que vale, isto é, muito pouco.
Ainda assim, prefiro a continuação deste ambiente de suspense até ao dia 12 de Março aos nomes lançados a conta-gotas seguidos de rejeições e convulsões várias dos proponentes...
A ver vamos...

Miserable excuse...

Andei num estado de mutismo blogosférico durante uns dias.
Os computadores avariam-se.
O trabalho aumenta.
O tempo escasseia.
Ainda assim, é uma miserable excuse...

Vitória ou derrota, eis a questão...

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América proferiu um Acórdão, no mínimo, controverso. O referido Acórdão confirmou uma decisão de um Tribunal do Estado do Missouri, que recusou aplicar a pena de morte a um arguido de 17 anos, que assassinou uma vizinha. Alguns dos denominados "abolicionistas" qualificam o Acórdão como uma segunda vitória contra a aplicação da pena de morte, após ter sido proibida, também, a sua aplicação a deficientes mentais. Lamentavelmente, não posso subscrever. Isto porque não é preciso ser um connaisseur do Direito Penal para perceber que estas duas medidas mais não são do que excepções (e excepções de difícil verificação) à regra, regra essa que continua a ser a aplicação da pena capital. Por um lado, faz-me alguma confusão a proibição da aplicação da pena aos deficientes mentais, quando estes, supostamente, deveriam ser inimputáveis, ou seja, incapazes de culpa, logo insusceptíveis de condenação. Por outro lado, "restringir" a aplicação da pena aos "condenados maiores de idade" é o mesmo que dela excluir apenas 1% ou 2% dos condenados, já que a grande maioria dos condenados é, por regra, maior de idade.
Infelizmente, não tenho números para reforçar as minhas reflexões. Não tenho, também, bases científicas para teorizar sobre aquele que considero ser um dos grandes dramas do Século XXI. Aproveito, contudo, para chamar à "discussão" a INF, que já deixou saudades por aqui...

Pain in the ass

As mais recentes movimentações do Dr. José Sá Fernandes foram já relatadas na blogosfera pelo sempre atento JCD. Já estou a ver o filme: Mais uns quantos processos, mais custos para o Estado (leia-se, contribuintes), mais horas inúteis de trabalho para Advogados, Magistrados e Funcionários Judiciais. No entanto, resolvi contribuir para a boa decisão da causa - e para a sanidade mental dos intervenientes - e proponho que essas horas de trabalho sejam acompanhadas pela inspiradora Britney Spears...
Oops! I did it again

I think I did it again

I made you believe we're more than just friends

Oh, baby

It might seem like a crush

But it doesn't mean that I'm serious

Because to lose all my senses

That is just so typically me

Oh, baby, baby

Oops, I did it again

I played with your heart, got lost in the game

Oh, baby, baby

Oops, you think I'm in love

That I'm sent from above

I'm not that innocent

You see my problem is this

I'm dreaming away

Wishing that heroes, they truly exist

I cry, watching the days

Can't you see I'm a fool in so many ways

But to lose all my senses

That is just so typically me

Baby, oh

Oops, I did it again

I played with your heart, got lost in the game

Oh, baby, baby

Oops, you think I'm in love

That I'm sent from above

I'm not that innocent

Welcome back!