sexta-feira, setembro 30, 2005
quinta-feira, setembro 29, 2005
Momento Zen:
Ver o candidato independente à Câmara de Gondomar, Valentim Loureiro, preventivamente à conquista de eleitorado para a sua candidatura à câmara em 2017, fazer campanha numa escola perante uma audiência de imberbes, exortando-os, sem pudor algum, a convencer os pais e avós, por entre gestos, mímicas, explicações de símbolos e cores e azul e amarelo e casinhas e cruzinhas, da utilidade do voto no major.
Golpe de misericórdia: depois dos aplausos das crianças visivelmente gratas pela explicação do boletim de voto remata com um “thank you very much”.
Melhor, infinitamente melhor, que a cena do roupão.
Melhor, infinitamente melhor, que a cena do roupão.
quarta-feira, setembro 28, 2005
Comportamentos proibidos nos autocarros de Praga
Foto amadora gentilmente cedida por leitora.
Alvíssaras a quem descobrir qual é exactamente o comportamento proibido pelo terceiro símbolo.
Adenda: Não lança nenhuma luz sobre o que será que quer dizer o sinal do homenzinho agachado, mas convém ampliar a foto para atentar num pormenor do sinal que se assemelha a expulsão de gases. Esta é, a bem da reputação dos cidadãos de Praga, uma teoria perfeitamente refutável.
terça-feira, setembro 27, 2005
O País Relativo
Senhora ao volante de veículo transportando crianças faz manobra perigosa ao sair de uma paragem de autocarro, em flagrante desrespeito das regras da prioridade, quase chocando com autocarro. Segue-se conversa sui generis que serve, basicamente, de hermenêutica para o estado de coisas num país em que até fugir escapando a uma prisão preventiva com recurso a informações privilegiadas é relativo e pode ser sempre considerado ausência:
Motorista do autocarro (vociferando e espumando): A senhora não sabe que deve dar prioridade aos transportes públicos à saída de uma paragem de autocarro?
Motorista da carrinha cheia de criancinhas (em tom sobranceiro e supra-legis a fazer lembrar a outra que se chama Fátima): Sim. E depois?
Motorista de autocarro (entretanto com o autocarro parado e a interromper o trânsito e recorrendo ao insulto fácil ao governo): E depois????? A senhora não sabe nada sobre as regras de prioridade. Deve ter tirado a m##### da carta por correspondência. Mas a culpa não é sua, é do governo que a deixa conduzir carrinhas que transportam crianças.
Motorista da carrinha cheia de criancinhas (sentenciando e pondo, à boa maneira portuguesa da fuga para a frente, um ponto final na conversa) : Deixe-me em paz e vá à sua vida. Eu não tinha que lhe dar prioridade. A prioridade é relativa.
Pois. A fuga às autoridades, assim como o desrespeito das regras da prioridade ao volante de um veículo cheio de crianças a caminho da creche, é sempre relativa.
Evil bastards I just love to hate III (just want jack on that wall)
Os "coutroom movies" não costumam ser brilhantes, são quase sempre clichézada para desencantar grandes finais moralistas e andam pelo registo da interpretação convincente sem grandes momentos para a posteridade.
A Few Good Men é uma excepção.
Quando Judi Dench foi nomeada para o óscar por uns escassos minutos de interpretação pelo sofrível "Shakespeare in Love" ( sem falar no inexplicável óscar da Gwineth-andei-com-os-gajos-mais-giros-de-Hollywood-e-arredores Paltrow), houve alguma surpresa.
Se houvesse um óscar para melhores dez minutos de interpretação deveria ir, isso sim, para o extraordinário Jack Nicholson a dar um arraial de pancada ao Tom Cruise no banco das testemunhas.
Os meus evil bastards preferidos dão tais arraiais de pancada aos bonzinhos que até dá gosto ver. Eclipsam-nos da tela e deixam que todas as empatias fiquem com quem não as merece.
Kevin Spacey serial-killer pregador como John doe no Seven, Marlon Branco amante castrador e sem escrupulos no ''Ultimo Tango em Paris", também Jack Nincholson como Joker no único Batman que vale a pena, Anthony Hopkins como Hannibal Lecter ou Clive- twisted-to-the-bones Owen em Closer.
Por isto, pelo que a seguir transcrevo, revejo sempre o filme naqueles sábados e domingos indolentes de repetição ad nauseam daqueles filmes que todos já vimos pelo menos uma vez.
Jack Nicholson (Col. Jessup): Son, we live in a world that has walls, and those walls have to be guarded by men with guns. Whose gonna do it? You? You, Lt. Weinburg? I have more responsibility here than you could possibly fathom. You weep for Santiago, and you curse the marines. You have that luxury. You have the luxury of not knowing what I know. That Santiago's death, while tragic, probably saved lives. And that my existence, while grotesque and incomprehensible to you, saves lives. I know deep down in places you dont talk about at parties, you don't want me on that wall, you need me on that wall. We use words like honor, code, loyalty. We use these words as the backbone of a life spent defending something. You use them as a punchline. I have neither the time nor the inclination to explain myself to a man who rises and sleeps under the blanket of the very freedom I provide, then question the manner in which I provide it. I prefer you said thank you, and went on your way, Otherwise, I suggest you pick up a weapon, and stand to post. Either way, I don't give a damn what you think you are entitled to!
Jack Nicholson (Col. Jessup): Son, we live in a world that has walls, and those walls have to be guarded by men with guns. Whose gonna do it? You? You, Lt. Weinburg? I have more responsibility here than you could possibly fathom. You weep for Santiago, and you curse the marines. You have that luxury. You have the luxury of not knowing what I know. That Santiago's death, while tragic, probably saved lives. And that my existence, while grotesque and incomprehensible to you, saves lives. I know deep down in places you dont talk about at parties, you don't want me on that wall, you need me on that wall. We use words like honor, code, loyalty. We use these words as the backbone of a life spent defending something. You use them as a punchline. I have neither the time nor the inclination to explain myself to a man who rises and sleeps under the blanket of the very freedom I provide, then question the manner in which I provide it. I prefer you said thank you, and went on your way, Otherwise, I suggest you pick up a weapon, and stand to post. Either way, I don't give a damn what you think you are entitled to!
sexta-feira, setembro 23, 2005
Evil bastards I just love to hate II
Eric Cartman, de South Park.
Cartman: I would never let a woman kick my ass. If she tried something, I'd be like, HEY! You get your bitch ass back in the kitchen and make me some pie!
Mr. Garrison: Who was in charge of the feminist movement of the early '60's?
Cartman: A bunch of fat old skanks on their periods.
Rigor oblige: Não é arguida, é doutora. Não fugiu, ausentou-se.
«Quanto à fuga à justiça, a juíza também é clara. Em nenhum momento se fala de evasão, mantendo-se até o local onde Fátima Felgueiras se encontrava como uma mera hipótese. " A Dra. Fátima Felgueiras encontrava-se ausente, alegadamente, para o Brasil, inviabilizando a execução da medida", afirma a juíza. »
(destaques nossos)
Evil bastards I just love to hate I
Melvin Udall/Jack Nicholson, (no filme "As Good as it Gets", maníaco-depressivo, homofóbico, racista, politicamente incorrecto por vocação, escritor anti-social), respondendo à pergunta de uma fã que se questionava sobre como poderia ele, sendo homem, descrever tão bem as mulheres nos seus livros:
"I think of a man, then I take away the reazon and accountability."
quarta-feira, setembro 21, 2005
Células totipotentes e conversas totipolíticas I
Conversa totipolítica sobre a violência no boxe:
- O boxe é um desporto extraordinário.
- Não é desporto, é violência, bruta, animal.
- É um desporto violento.
- Isso é uma contradição nos termos. Desporto e violência são antónimos.
- E a função social? E os miúdos dos ghettos que são tirados das ruas e canalizam as suas energias para a causa mais nobre e não susceptível de enquadramento penal que é dar murros no ringue.
- Sim, a causa mais nobre de ficarem com os miolos feitos em água para o resto da tua vida.
- Como sempre, esse teu paternalismo de esquerda que não te abandona.
Nota da Autora:
- O boxe é um desporto extraordinário.
- Não é desporto, é violência, bruta, animal.
- É um desporto violento.
- Isso é uma contradição nos termos. Desporto e violência são antónimos.
- E a função social? E os miúdos dos ghettos que são tirados das ruas e canalizam as suas energias para a causa mais nobre e não susceptível de enquadramento penal que é dar murros no ringue.
- Sim, a causa mais nobre de ficarem com os miolos feitos em água para o resto da tua vida.
- Como sempre, esse teu paternalismo de esquerda que não te abandona.
Nota da Autora:
Totipotentes são aquelas células que são capazes de diferenciarem-se em todos os 216 tecidos que formam o corpo humano, incluindo a placenta e anexos embrionários.
Conversas Totipolíticas são aquelas conversas que são capazes de diferenciarem-se, sem que nada o faça anunciar, em ataques com recurso a cerca de 216 chavões políticos, incluindo o paternalismo de esquerda, a superioridade moral da esquerda e o anti-americanismo primário.
Conversas Totipolíticas são aquelas conversas que são capazes de diferenciarem-se, sem que nada o faça anunciar, em ataques com recurso a cerca de 216 chavões políticos, incluindo o paternalismo de esquerda, a superioridade moral da esquerda e o anti-americanismo primário.
Quando lhe perguntavam...
Porque é que não militava em nenhum partido se gostava tanto de política, porque é que era ateu se até era baptizado, porque é que o escotismo lhe dava arrepios e provocava esgares de nojo se apreciava tanto o convívio com a natureza e a camaradagem, e porque é que era fervorosamente solteiro se gostava tanto de mulheres, ele invariavelmente respondia:
“The... the other important joke, for me, is one that's usually attributed to Groucho Marx; but, I think it appears originally in Freud's "Wit and Its Relation to the Unconscious," and it goes like this - I'm paraphrasing - um, "I would never want to belong to any club that would have someone like me for a member." That's the key joke of my adult life, in terms of my relationships with women.”
Alvy Singer em “Annie Hall”, de Woody Allen
“The... the other important joke, for me, is one that's usually attributed to Groucho Marx; but, I think it appears originally in Freud's "Wit and Its Relation to the Unconscious," and it goes like this - I'm paraphrasing - um, "I would never want to belong to any club that would have someone like me for a member." That's the key joke of my adult life, in terms of my relationships with women.”
Alvy Singer em “Annie Hall”, de Woody Allen
terça-feira, setembro 20, 2005
Isto não é "O Meu Pipi" e não vai ser livro...
Mas por uns tempos imaginem que está uma bolinha no canto superior esquerdo.
segunda-feira, setembro 19, 2005
Estou maravilhado!
Não sei se devia estar maravilhado ou não, no que respeita a recursos energéticos e efectiva utilidade desta estação na diminuição da óleo-dependência portuguesa estou tão bem informado como quanto à vida sexual das alforrecas.
Mas independentemente da minha ignorância - muitos confrades blogoesfericos podem considerar-me idealista e ingénuo - acho sinceramente que o caminho é por aqui...
P.S. - Tinha que ser a maior do mundo, em Portugal não se fazem as coisas por menos!
sexta-feira, setembro 16, 2005
Outros teoremas: a minha escolha do mês...
Ou porque, cansada de ver os advogados e profissionais do foro retratados da pior forma nos filmes (os advogados são quase sempre sacanas, espertalhões, criaturas insípidas, sexualmente frsutradas e sem escrúpulos e os primeiros a serem comidos pelos dinossauros, tubarões ou alienigenas) na literatura (Shakespeare não faz a coisa por menos e põe um dos seus personagens a dizer "the first thing we do, kill all the lawyers" ), nas anedotas ao estilo "o que são mil advogados acorrentados no fundo do mar? - um bom começo!...gostei mesmo muito de ler isto, apesar de achar que o Bruno só estava a ilidir a presunção...
quinta-feira, setembro 15, 2005
O sábado dos grunhos
Sem links para o covil (covis) das bestas, porque isto não é tempo de antena, cá vai, 'cause I just need to say it!
Uma das já costumeiras (o facto de esta ser a segunda em tão curto espaço de tempo já me deixa os nervos em frangalhos) manifestações dos descerebrados da extrema direita vai ter lugar no próximo sábado.
Desta feita não vai ser, embora todas o sejam residualmente, uma manifestação racista, mas uma manifestação homofóbica.
Esta gentalha (perdoem-me a compulsão para o insulto) que, como todas as pessoas más, infelizes e ignorantes, tem especial tendência para aglutinar todo e qualquer tipo de preconceitos (racistas, homofóbicos, anti-semitas, sexistas) decidiu agora preocupar-se com um programa televisivo onde um grupo de homens gays muda a imagem de um homem hetero.
(Diga-se, a propósito, que o que está aqui em causa, ao contrário do já ouvi muito boa gente com pouquissimo ar grunho dizer, não é a imagem da comunidade gay, nem tão pouco o aumentar de preconceitos já latentes em machos sensíveis. Para aqueles que acham a virilidade é uma porra (pardon my french) de uma instituição e vêm agora deitar as mãos à cabeça porque, coitadinhos dos gays, vão ter a imagem danificada por se fazer um programa de televisão de gosto duvidoso, duvidoso sim, mas como tantos outros do género, fica a dica: ninguém se torna militantemente homofóbico por ver homens com ar efeminado na televisão; quem comenta e diz à "Maria para ir buscar a cerveja que já está a dar a "panascada" fá-lo-ia com ou sem programa da sic, à hora do almoço com os amigalhaços enquanto manda a piadola homofóbica do costume, sem necessidade de quaisquer intervenções de nenhum esquadrão gay ou de outro tipo. Da mesma forma que nenhum skinhead se redime por ver o american history X. Da mesma forma que ninguém se torna racista por ver programas sobre a vida do hitler e a solução final. Desenganem-se. Quem sabe diferenciar sabê-lo-á sempre e não fará interpretações extensivas bacocas. Até porque é perfeitamente irrelevante para a análise do carácter de alguém o ser-se mais ou menos efeminado. Ou pintar o cabelo de cor de rosa. Ou usar correntes. Em liberdade cada um se exprime como entender, por mais que a parada gay e o esquadrão gay belisquem a instituição da virilidade. Não olhem. Desliguem a televisão. Whatever!)
Voltando aos grunhos cujas descebradas cabeças se vão juntar no sábado em mais um festim de alarvidades e cujo partido âncora só ainda não foi considerado inconstitucional por pura inércia, concordo com o Boss, são poucos (embora secundados nas suas opiniões por muita gente) e só querem é ser entrevistados pelos jornalistas enquanto vomitam impropérios.
Quando falamos de extrema-direita em Portugal nunca devemos esquecer que falamos apenas de meia dúzia de grunhos, não mais. Tão só meia dúzia que nem foram capazes nunca de reunir assinaturas suficientes para criarem o seu próprio partido, tiveram que invadir um outro moribundo, e apropriarem-se dele. Este cenário é comum a outros países, onde a extrema-direita é não só residual, como completamente marginalizada pela comunicação social e opinião pública, e quase sempre associada a actividades criminosas. No entanto sabemos que muitas das suas reivindicações-bandeira são apoiadas por percentagens não desprezáveis da população, percentagens essas que correspondem ao seu potencial de crescimento. Para o mesmo se verificar a extrema-direita necessita apenas de uma coisa: visibilidade.
O facto é que cada vez que me tento convencer de que são poucos e irrelevantes, há duas coisas que me perturbam seriamente: o PNR como partido elegível e uma desgraçada noite no Bairro Alto há alguns anos atrás.
Uma das já costumeiras (o facto de esta ser a segunda em tão curto espaço de tempo já me deixa os nervos em frangalhos) manifestações dos descerebrados da extrema direita vai ter lugar no próximo sábado.
Desta feita não vai ser, embora todas o sejam residualmente, uma manifestação racista, mas uma manifestação homofóbica.
Esta gentalha (perdoem-me a compulsão para o insulto) que, como todas as pessoas más, infelizes e ignorantes, tem especial tendência para aglutinar todo e qualquer tipo de preconceitos (racistas, homofóbicos, anti-semitas, sexistas) decidiu agora preocupar-se com um programa televisivo onde um grupo de homens gays muda a imagem de um homem hetero.
(Diga-se, a propósito, que o que está aqui em causa, ao contrário do já ouvi muito boa gente com pouquissimo ar grunho dizer, não é a imagem da comunidade gay, nem tão pouco o aumentar de preconceitos já latentes em machos sensíveis. Para aqueles que acham a virilidade é uma porra (pardon my french) de uma instituição e vêm agora deitar as mãos à cabeça porque, coitadinhos dos gays, vão ter a imagem danificada por se fazer um programa de televisão de gosto duvidoso, duvidoso sim, mas como tantos outros do género, fica a dica: ninguém se torna militantemente homofóbico por ver homens com ar efeminado na televisão; quem comenta e diz à "Maria para ir buscar a cerveja que já está a dar a "panascada" fá-lo-ia com ou sem programa da sic, à hora do almoço com os amigalhaços enquanto manda a piadola homofóbica do costume, sem necessidade de quaisquer intervenções de nenhum esquadrão gay ou de outro tipo. Da mesma forma que nenhum skinhead se redime por ver o american history X. Da mesma forma que ninguém se torna racista por ver programas sobre a vida do hitler e a solução final. Desenganem-se. Quem sabe diferenciar sabê-lo-á sempre e não fará interpretações extensivas bacocas. Até porque é perfeitamente irrelevante para a análise do carácter de alguém o ser-se mais ou menos efeminado. Ou pintar o cabelo de cor de rosa. Ou usar correntes. Em liberdade cada um se exprime como entender, por mais que a parada gay e o esquadrão gay belisquem a instituição da virilidade. Não olhem. Desliguem a televisão. Whatever!)
Voltando aos grunhos cujas descebradas cabeças se vão juntar no sábado em mais um festim de alarvidades e cujo partido âncora só ainda não foi considerado inconstitucional por pura inércia, concordo com o Boss, são poucos (embora secundados nas suas opiniões por muita gente) e só querem é ser entrevistados pelos jornalistas enquanto vomitam impropérios.
Quando falamos de extrema-direita em Portugal nunca devemos esquecer que falamos apenas de meia dúzia de grunhos, não mais. Tão só meia dúzia que nem foram capazes nunca de reunir assinaturas suficientes para criarem o seu próprio partido, tiveram que invadir um outro moribundo, e apropriarem-se dele. Este cenário é comum a outros países, onde a extrema-direita é não só residual, como completamente marginalizada pela comunicação social e opinião pública, e quase sempre associada a actividades criminosas. No entanto sabemos que muitas das suas reivindicações-bandeira são apoiadas por percentagens não desprezáveis da população, percentagens essas que correspondem ao seu potencial de crescimento. Para o mesmo se verificar a extrema-direita necessita apenas de uma coisa: visibilidade.
O facto é que cada vez que me tento convencer de que são poucos e irrelevantes, há duas coisas que me perturbam seriamente: o PNR como partido elegível e uma desgraçada noite no Bairro Alto há alguns anos atrás.
Triagem
Caríssimos Pitagóricos,
Agradecia que alguém (que perceba mais do que eu desta treta dos links no template) retire o Gato Fedorento da nossa lista. O critério não é qualitativo, se assim fosse íamos todos andar à pedrada, já que gostos, à semelhança do que dizia o outro quanto aos chapéus, há muitos.
O que eu não consigo é descortinar a razão para um blog que é usado tão-somente como agenda publicitária e ainda por cima desactualizada estar na nossa lista de links!!?!
Agradecia que alguém (que perceba mais do que eu desta treta dos links no template) retire o Gato Fedorento da nossa lista. O critério não é qualitativo, se assim fosse íamos todos andar à pedrada, já que gostos, à semelhança do que dizia o outro quanto aos chapéus, há muitos.
O que eu não consigo é descortinar a razão para um blog que é usado tão-somente como agenda publicitária e ainda por cima desactualizada estar na nossa lista de links!!?!
Já tinha chamado a atenção para esta trampa aqui, mas entrentanto passou-se-me. Agora passei-me.
Se já não percebia na altura, percebo muito menos agora...
É perguiça (única opção manifestamente válida)? É chique? Está na moda? Eles pagam? Nós pagamos e eles põem mensagens subliminares nos sketches para a malta ler o Teorema (esta também era gira)?
Dêem-me lá uma razão para este Fedor ou então... sei lá, hei-de pensar em alguma coisa!
É perguiça (única opção manifestamente válida)? É chique? Está na moda? Eles pagam? Nós pagamos e eles põem mensagens subliminares nos sketches para a malta ler o Teorema (esta também era gira)?
Dêem-me lá uma razão para este Fedor ou então... sei lá, hei-de pensar em alguma coisa!
E não, não é perseguição. É rigor!
Por falar nisso, já sei qual o protesto... a partir de agora todos os meus posts vão ter em qualquer lado a expressão "Rigor contra o Fedor!" (neste já tá!)
quarta-feira, setembro 14, 2005
It's all about the penguins!
Desenganem-se os que pensam que todos os argumentos, statements, e chavões sobre as tidas como questões fracturantes da sociedade se esgotavam no mundo humano.
A julgar pelo que passarei a descrever as achas para a fogueira vêm agora do mundo animal.
Mais concretamente, dos pinguins.
Tenho alguma relutância em falar sobre filmes que nunca vi. Aliás, toda a relutância, por ser uma contradição óbvia nos termos. Mas, neste caso, o filme é um documentário e um documentário da National Geographic sobre os pinguins. “The March of the penguins”. Narrado por Morgan Freeman.
É desculpável falar-se, não em termos analíticos, mas em jeito de "promo" de um filme que nunca se viu quando a ideia é aguçar os apetites. E toda a gente sabe que não há nada como reacções polémicas em cadeia para encher salas de cinema. (O Nine Songs é um bom exemplo disso.) Mesmo que seja para ver um documentário sobre pinguins.
E porque é que um filme sobre umas aves esquisitas que não voam e vivem no gelo tem potencial para polémica?
“Each winter, alone in the pitiless ice deserts of Antarctica, deep in the most inhospitable terrain on Earth, a truly remarkable journey takes place as it has done for millennia. Emperor penguins in their thousands abandon the deep blue security of their ocean home and clamber onto the frozen ice to begin their long journey into a region so bleak, so extreme, it supports no other wildlife at this time of year. In single file, the penguins march blinded by blizzards, buffeted by gale force winds. Resolute, indomitable, driven by the overpowering urge to reproduce, to assure the survival of the species.
Guided by instinct, by the otherworldly radiance of the Southern Cross, they head unerringly for their traditional breeding ground where - after a ritual courtship of intricate dances and delicate maneuvering, accompanied by a cacophony of ecstatic song - they will pair off into monogamous couples and mate.”
In http://wip.warnerbros.com/marchofthepenguins, sinapse.
Aparentemente nada.
Pois, é um filme sobre pinguins. Mas é também a nova coqueluche dos americanos conservadores e republicanos. Romarias para ir ver o filme. Grupos cristãos a dizerem que o filme é a melhor coisa do mundo. Enfim, o segundo documentário mais visto nos EUA a seguir ao Fahrenheit 9/11 do Michael Moore. E tudo porquê? Aparentemente, os pinguins e a sua vida no gelo são um exemplo para qualquer cristão que se preze.
Senão vejamos, Richard Lowry, editor do National Review e citado no New York Times ,exortando os jovens conservadores num encontro : "You have to check out 'March of the Penguins.' It is an amazing movie. And I have to say, penguins are the really ideal example of monogamy. These things - the dedication of these birds is just amazing."
E Richard A. Blake, também citado no NYT, "You get a sense of these animals - following their natural instincts - are really exercising virtue that for humans would be quite admirable. I could see it as a statement on monogamy or condemnation of gay marriage or whatever the current agenda is."
É desculpável falar-se, não em termos analíticos, mas em jeito de "promo" de um filme que nunca se viu quando a ideia é aguçar os apetites. E toda a gente sabe que não há nada como reacções polémicas em cadeia para encher salas de cinema. (O Nine Songs é um bom exemplo disso.) Mesmo que seja para ver um documentário sobre pinguins.
E porque é que um filme sobre umas aves esquisitas que não voam e vivem no gelo tem potencial para polémica?
“Each winter, alone in the pitiless ice deserts of Antarctica, deep in the most inhospitable terrain on Earth, a truly remarkable journey takes place as it has done for millennia. Emperor penguins in their thousands abandon the deep blue security of their ocean home and clamber onto the frozen ice to begin their long journey into a region so bleak, so extreme, it supports no other wildlife at this time of year. In single file, the penguins march blinded by blizzards, buffeted by gale force winds. Resolute, indomitable, driven by the overpowering urge to reproduce, to assure the survival of the species.
Guided by instinct, by the otherworldly radiance of the Southern Cross, they head unerringly for their traditional breeding ground where - after a ritual courtship of intricate dances and delicate maneuvering, accompanied by a cacophony of ecstatic song - they will pair off into monogamous couples and mate.”
In http://wip.warnerbros.com/marchofthepenguins, sinapse.
Aparentemente nada.
Pois, é um filme sobre pinguins. Mas é também a nova coqueluche dos americanos conservadores e republicanos. Romarias para ir ver o filme. Grupos cristãos a dizerem que o filme é a melhor coisa do mundo. Enfim, o segundo documentário mais visto nos EUA a seguir ao Fahrenheit 9/11 do Michael Moore. E tudo porquê? Aparentemente, os pinguins e a sua vida no gelo são um exemplo para qualquer cristão que se preze.
Senão vejamos, Richard Lowry, editor do National Review e citado no New York Times ,exortando os jovens conservadores num encontro : "You have to check out 'March of the Penguins.' It is an amazing movie. And I have to say, penguins are the really ideal example of monogamy. These things - the dedication of these birds is just amazing."
E Richard A. Blake, também citado no NYT, "You get a sense of these animals - following their natural instincts - are really exercising virtue that for humans would be quite admirable. I could see it as a statement on monogamy or condemnation of gay marriage or whatever the current agenda is."
Eis que, bicho preto e branco por bicho preto e branco sempre fui mais miúda de pandas, mas isto tenho que ver.
terça-feira, setembro 13, 2005
Sobre o luto, Deus e as calças apertadas
"Abandonou o vestuário normal e entrou no vestuário para a tristeza. Tens vestuário para a sedução, vestuário para a primeira conversa acerca de um investimento importante, vestuário para o pudor, vestuário para a exibição, vestuário para a filosofia (os monges usam fatos largos para se esquecerem do corpo e se lembrarem de Deus.)
Escolhe a roupa certa se te queres lembrar de Deus. Escolhe a roupa certa se te queres esquecer de Deus.
As calças apertadas também fazem esquecer a filosofia. Se queres escrever ideias interessantes não o tentes com as calças demasiadas apertadas (recomendado por Umberto.)
Todo o funcionamento do cérebro depende da camisa que decides vestir.
Preocupa-te também com as cores. Há certas cores que as pessoas mimimamente inteligentes nunca vestem. Se querem pensar."
Do sublime Gonçalo M. Tavares, A Perna Esquerda de Paris
Eu estou é irritada porque, se fosse eu, também não era recebida em Belém...
Será possível, não se sendo um candidato do aparelho, sem candidatura proclamada com requintes de volta sebastianista ou congeminada nas antecâmaras de um partido, a candidatura à Presidência da República?
Os candidatos dos aparelhos partidários têm a vida mais facilitada?
Isto, " A PARTICIPAÇÃO DIRECTA E ACTIVA DE HOMENS E MULHERES NA VIDA POLÍTICA CONSTITUI CONDIÇÃO E INSTRUMENTO FUNDAMENTAL DE CONSOLIDAÇÃO DO SISTEMA DEMOCRÁTICO, DEVENDO A LEI PROMOVER A IGUALDADE NO EXERCÍCIO DOS DIREITOS CÍVICOS E POLÍTICOS E A NÃO DISCRIMINAÇÃO EM FUNÇÃO DO SEXO NO ACESSO A CARGOS POLÍTICOS" é ficção??????
Letra morta? Um excerto de um argumento das produções ficticias? O sub-título do novo livro do Saramago?
"O PODER POLÍTICO PERTENCE AO POVO E É EXERCIDO NOS TERMOS DA CONSTITUIÇÃO" ou o poder político pertence aos barões dos partidos que decidem quem deve ser o nosso próximo garante do regular funcionamento das instituições democráticas e que, por conseguinte, pode ser recebido pelo Presidente da República?
Os artigos citados da obra de ficção (em breve em cena, depois do sucesso do Ensaio sobre a Cegueira, no Teatro da Santa Trindade Compadrio, Caciquismo e Cabotinice) "Constituição da República Portuguesa" são: o artigo 108º (futura cena 4 acto III) e o artigo 109º (futura cena 5 Acto IV).
segunda-feira, setembro 12, 2005
Sondagens
O Acidental resolveu fazer uma sondagem com a seguinte pergunta: "Se as eleições autárquicas em Lisboa fossem hoje em quem votaria?"
Na minha modesta opinião o que o Acidental pertende realmente saber é a filiação partidária dos seus leitores, mas confesso que me agrada a ideia de Maria José Nogueira Pinto ter mais votos que Sá Fernandes e Carrilho juntos!
Já que estamos numa de perguntar alhos para responder bogalhos, proponho nova sondagem:
"Qual dos convidados acidentais deveria candidatar-se à Presidência da República?"
Pelo menos ficaríamos a saber os índices de popularidade...
In the Shadow of no towers
Comic artist Art Spiegelman ("Maus," "Raw" magazine) takes readers into the life and thoughts of an artist struggling with the aftermath of September 11.
Recomendo vivamente
domingo, setembro 11, 2005
sexta-feira, setembro 02, 2005
quinta-feira, setembro 01, 2005
Katrina, a Devastadora
Não, não é um título de um filme.
A devastação é sempre do outro lado do mundo, as tragédias raríssimas vezes nos batem à porta. É fácil ignorar ou ler as notícias como se de um filme hollywoodesco se tratasse. O pior é que desta vez estou do outro lado do mundo...
Não se fala noutra coisa. É notícia em todos os jornais e as previsões são terríveis. Falam-se em milhares de mortos.
Há 25000 pessoas a viver num estádio de futebol americano! Milhões de desalojados.
Há 25000 pessoas a viver num estádio de futebol americano! Milhões de desalojados.
Um cenário Dantesco.
Os Americanos têm muitos defeitos, um dos mais comummente enunciados é a hipocrisia, mas se a hipocrisia os leva a oferecer bens de primeira necessidade dois minutos depois de saberem a dimensão da tragédia, seja. Não me interessa se a intenção é fazê-lo com plateia ou não, o resultado está lá.
É fabuloso ver a faculdade com caixotes em todas as entradas/saídas para se deixar arroz, farinha, leite, latas de conserva... Não é um banco alimentar anual, é uma reacção a uma necessidade real e actual.
A vida continua, todos sabemos isso - os americanos talvez melhor que outros - mas para os habitantes de Nova Orleães a vida só voltará à normalidade em 3 meses.
São pessoas que durante os próximos três meses não se vão sentar no sofá preferido a ver as Desperate Housewives, passear o cão enquanto comentam os vizinhos, jantar em família a falar do dia de escola dos filhos...
E não, não é um filme.