segunda-feira, outubro 31, 2005

Samuel Alito

O Jorge desta vez nomeou um tipo com um Curriculum Vitae que agrade gregos e troianos, estudou em Princeton e em Yale, foi acessor de um Juiz Federal, Procurador Federal, depois foi para o Office of the Solicitor General (basicamente um gabinete que está encarregue de todo o contencioso federal do governo norte-americano) e depois Juiz no 3 circuit court of Appeals durante 15 anos.
Ao contrário da Harriet, ao Sammy não lhe falta experiência profissional.
Aparentemente a questão sai do âmbito da competência e entra no campo ideológico.
Parece que o Samuel defendeu a ideia que o aborto, a ser feito, precisava do consentimento do pai da criança. Chamam-no conservador por isso (a expressão na CNN foi "Solidly conservative Judge").
Pois é, onde é que já se viu... perguntar ao Pai da criança se concorda com a realização do aborto!
O contentor, peço desculpa, o corpo da mulher é soberano, mesmo que esta seja (trans)portadora de um fruto feito a dois, a decisão será sempre e só da dona e senhora do pacote, oops, do corpo.
Por falar nisso, gostava de chamar a atenção para o nosso conservador, ultrapassado e caquético Código Civil; num contrato de depósito, mesmo de coisa comum, o depositário não pode desfazer-se da coisa depositada sem o consentimento do depositante co-proprietário.
Não deixa de ser engraçado, considerar-se sinal de sofisticação valorizar mais as "coisas" que os bebés por nascer.
Vou ali no instante pôr o Samuel a chorar.