sábado, março 11, 2006

MoMA

Estive hoje no Museum of Modern Art.
No último andar, o das "special exhibitions", vi uma exposição que me fez sentir uma certa dorzinha no cotovelo esquerdo.
New Architecture in Spain de seu nome.
Confesso que me deu um certo galo. Não pelos projectos em si, uma vez que no meu entender apenas dois ou três eram verdadeiramente interessantes (não duvido que do ponto de vista arquitectónico todos serão - à sua maneira - notáveis).
O que me fez arder o cotovelo foi o facto de ter sido obrigado a reconhecer que Espanha está a jogar num campeonato completamente diferente do nosso.
Os Espanhóis (ainda oiço o meu Pai dizer "os nossos inimigos!") estão a promover o seu País pelas razões certas. Na certeza que o turismo e a cultura das touradas e do flamenco já são sobejamente reconhecidas os nuestros hermanos estão-se a concentrar noutras frentes.
Depois de se enriquecerem arquitectonicamente estão a promover isso mesmo no MoMA, com milhares de visitantes diários a saberem os grandes projectos que se andam a fazer por Espanha e com vontade de ver com os seus próprios olhos um ou outro que lhes tenha interessado mais, em cidades tão diferentes como Badajoz, Alicante ou Barcelona.
Mas - infelizmente - os vizinhos ricos não ficam por aqui, em 1997 criaram - por exemplo - junto de NYU o King Juan I Carlos Center que promove seminários, conferências e eventos promocionais da cultura Espanhola desde a leitura de poesia a concertos de música nacional Espanhola. Um centro que se tornou uma referência incontornável para a comunidade hispânica em NY.
Em Washington, nomeadamente em Georgetown, figuras de relevo do meio político, académico ou económico são ouvidos em colóquios e conferências mais ou menos de mês a mês. Jose Maria Aznar falou numa 4ª feira e Durão Barroso numa 5ª, com uma pequena grande diferença, o primeiro falou como notável Espanhol, o segundo como Presidente da União Europeia.
Não que não me orgulhe o facto de DB ser Presidente da UE (que mais que não seja fez com que melhorasse a conjuntura no mercado de trabalho mundial para portugueses), mas a verdade é que Portugal é cada vez mais uma nota de rodapé na história, e não há nada nem niguém em terras lusas que esteja a tentar promover o nosso piqueno País junto dos "big spenders" mundiais.

Vamos lá ver se o (enorme) Benfica supera o (gigante) Barcelona e mostra por A + B que Portugal com ou sem tática do quadrado ainda consegue dar uma lição aos nossos inimigos.
Olé!